Para quem se apresenta publicamente num Blogue, após abandono profissional, e procura assuntos para evolução cultural (minha primeira etapa), terá que ter alguma coragem e poder de aventura. Humildemente realizarei apresentações, informarei o conveniente e respeitarei as amizades que possam surgir. Dos amigos que tenho e aos que se poderão juntar, espero um envolvimento construtivo. O meu abraço de agradecimento. António Rosa.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
É a vaidade social...
UMA LIÇÃO DE HUMILDADE
Um psicólogo fingiu
ser varredor durante 1 mês e viveu como um ser invisível.
O psicólogo social FB
da Costa vestiu a farda de varredor durante 1 mês e varreu as ruas da
Universidade de São Paulo, onde é professor e investigador, para concluir a sua
tese de mestrado sobre 'invisibilidade pública'. Ele procurou mostrar com a sua
investigação a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção
humana totalmente condicionada pela divisão social do trabalho, onde se
valoriza somente a função social e não a pessoa em si. Quem não está bem
posicionado sob esse critério, torna-se uma mera sombra social.
Constatou que, aos
olhos da sociedade, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'.
...
Ele trabalhava apenas meio-dia
como varredor, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas, mas garante que
teve a maior lição de sua vida: “Descobri que um simples BOM DIA, que nunca
recebi como varredor, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria
existência”, explica o investigador. Diz que sentiu na pele o que é ser tratado
como um objecto e não como um ser humano. “Os meus colegas professores que me
abraçavam diariamente nos corredores da Universidade passavam por mim e não me
reconheciam por causa da farda que eu usava.”
- O que sentiu,
trabalhando como varredor?
Uma profunda angústia.
Uma vez, um dos
varredores convidou-me para almoçar no refeitório central. Entrei no Instituto
de Psicologia para levantar dinheiro, passei pelo piso térreo, subi as escadas,
percorri todo o segundo andar, passei pela biblioteca e pelo centro académico,
onde estava muita gente conhecida. Fiz todo esse percurso e ninguém EM ABSOLUTO
ME RECONHECEU. Fui inundado de uma indescritível tristeza.
- E depois de um mês a
trabalhar como varredor? Isso mudou?
Fui-me habituando a
ser ignorado. Quando via um colega professor a aproximar-se de mim, eu até
parava de varrer, na esperança de ser reconhecido, mas nem um sequer olhou para
mim.
- E quando voltou para
casa, para o seu mundo real, o que mudou?
Mudei substancialmente
a minha forma de pensar. A partir do momento em que se experiência essa
condição social, não se esquece nunca mais. Esta experiência mudou a minha
vida, curou a minha doença burguesa, transformou a minha mente. A partir desse
dia, nunca mais deixei de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o
trabalhador saber que eu sei que ele existe, que é importante, que tem valor.
Aprendi verdadeiramente,
com esta experiência, o valor da dignidade.
sábado, 27 de dezembro de 2014
Convite para jantar (entre amigos)
…a
minha porta fica em frente ao elevador.
Basta
tocares à campainha com o cotovelo que nós abrimos logo.
-
Percebi tudo, mas só não compreendo por que é que tenho de carregar nos botões
sempre com o cotovelo e de empurrar e puxar portas sempre com o pé?!...
-
Amigo Carlos... Não acredito que venhas jantar a minha casa e venhas de mãos
vazias!...
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Culpados do desastre
As
audições parlamentares sobre o colapso do BES já são suficientes para confirmar
que esta tragédia podia ter sido evitada
Um
dos maiores e mais relevantes bancos da economia portuguesa acabou por ser cobaia
de nova legislação europeia, prejudicando directamente milhares de accionistas,
obrigacionistas, trabalhadores que vão ser despedidos e empresas que ficaram
sem crédito. A maior quota de responsabilidade deste desastre é necessariamente
da administração do banco e de Ricardo Salgado, que contaminaram o BES com activos
tóxicos do GES e ficaram sujeitos a uma exposição perigosa ao banco de Angola,
cujo controlo de gestão perderam. Mas o Banco de Portugal e o Governo também
não ficam isentos de culpas.
Armando
esteves Pereira, Director-adjunto CM
domingo, 14 de dezembro de 2014
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
As Moscas

Baptista Bastos, Jornalista
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
segunda-feira, 8 de dezembro de 2014
Prostituição dourada
Em
Março de 2012, Paulo Portas anunciava a criação de títulos de residência
especiais para cidadãos estrangeiros, oriundos de fora do espaço Schengen, que
adquirissem activos imobiliários de valor superior a 750 mil euros em Portugal
ou fizessem um investimento com criação de, pelo menos, 30 postos de trabalho.
Entre o anúncio e a lei dos vistos dourados aprovada, o investimento necessário
diminuiu para 500 mil euros e o número de postos de trabalho a criar para dez,
tendo sido acrescentada a possibilidade de transferência/depósito de um milhão
de euros.
Em
Agosto deste ano, o MNE anunciava "vistos gold já trouxeram para Portugal
817 milhões de euros" nos 1360 vistos atribuídos.
Posteriormente
às primeiras (sublinho, primeiras) suspeitas de corrupção vindas a público, que
se circunscrevem, por enquanto (sublinho, por enquanto), a altos dirigentes da
administração pública, Maria Luís Albuquerque afirmou no Parlamento Europeu que
o programa tem sido muito útil a Portugal.
Admito
que o programa esteja a ser muito útil para quem vive dos fluxos de capital,
como é o caso do conselheiro de Estado Luís Marques Mendes - a sua sociedade de
advogados tratou de um terço
dos
vistos e parece que também já participa no negócio imobiliário de venda de
casas de luxo -, mas para Portugal, não.
O
governo não revela o número de postos de trabalho criados com esta iniciativa
ou os impostos arrecadados (obviamente, escassos), confundindo, mais uma vez,
os proveitos de alguns com o interesse colectivo.
A
ideia de um país poder vender os seus títulos de residência é passível de ser
discutida, mas deverá ser entendida como uma forma de prostituição. Uma forma
de prostituição que nos deve envergonhar sempre que se recusa um visto a quem
trabalha pelo país e não tem dinheiro para o pagar. Nos vistos dourados, o
Estado vende algo que nos pertence a todos por um valor que só alguns podem
pagar, com a particularidade de, no quadro do proxenetismo reinante, não sobrar
uma côdea para quem dá o corpo ao manifesto.
Tiago Mota Saraiva,jornal i
domingo, 7 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
Poema matemático
Um Quociente,
apaixonou-se um dia, Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...uma Figura
Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida paralela à dela.
Até que se encontraram
no Infinito.
"Quem és tu?" Indagou ele com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas podes chamar-me Hipotenusa."
E de falarem, descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a alma irmãs primos-entre-si.
E assim se amaram ao quadrado
da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação traçando
Ao sabor do momento e
da paixão
Rectas,
curvas, círculos e linhas sinusoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram
casar-se. Constituir um lar.
Mais que um lar. Uma Perpendicular.
Convidaram para
padrinhos O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma
felicidade Integral e diferencial.
E casaram-se e tiveram
uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes até
àquele dia em que tudo, afinal, se torna monotonia.
Foi então que surgiu o
Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos. Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela, uma
Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade. Era o Triângulo,
chamado amoroso.
E desse problema ela
era a fracção Mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio
passou a ser Moralidade
Como aliás, em
qualquer Sociedade.
De autor desconhecido.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
domingo, 30 de novembro de 2014
Oráculo?!
Caros:
O
País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos
E os caracteres corrompidos. A pratica da vida tem por única direcção a
conveniência. Não há princípio que não seja desmentido, nem instituição que não
seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe nenhuma solidariedade entre
os cidadãos. Já se não crê na honestidade dos homens públicos. A classe media
abate-se progressivamente na imbecilidade e inercia. O Povo está na miséria. Os
serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Desprezo pelas
ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta
indiferença de cima para baixo! Todo o viver espiritual, parado. O tédio
invadiu as almas. A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das
secretarias, para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce….
O Comercio definha. A industria enfraquece. O salário diminuí, O Estado é
considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A
corrupção, tem desiludido o povo Português por forma a desinteressa-lo de todo
da Politica, em que vê, não a competência dos que melhor podem governar mas
apenas a rivalidade mesquinha de interesses pessoais ou Partidários…
Ao
contrário do que podem pensar, não fui eu que escrevi estas palavras.
Registou-as RAMALHO ORTIGÃO em Junho de 1871.
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Um País que não tem forma de manter a fé
As
últimas semanas têm sido férteis em acontecimentos infelizes. Primeiro o
gravíssimo escândalo dos vistos dourados, que atinge o coração do nosso Estado;
Depois, PSD e PS
decidem fazer ‘haraquíri’ com a questão da reposição das subvenções aos
deputados, transformando novamente o Parlamento numa torre de marfim isolada de
um País trucidado por anos de austeridade; e, por último, a muito pública detenção
de José Sócrates, o antigo primeiro-ministro que polariza opiniões como mais
ninguém neste país.
Independentemente do
desfecho destes processos - e são tudo coisas radicalmente diferentes em termos
de ritmo e de importância - esta sucessão de acontecimentos é um murro no
estômago dos cidadãos e na sua capacidade de acreditar nas elites que dirigem
este País, com o poder político à cabeça.
Muito do mal está já
feito, por mais que seja essencial defender a presunção de inocência daqueles
que não foram sequer ainda acusados (não nos esqueçamos disto). Resta exigir
que a Justiça seja rápida, competente, e que defenda o interesse do Estado e,
acima de tudo, a lei. Infelizmente, mesmo isso poderá não ser suficiente para
restaurar qualquer tipo de fé dos cidadãos nos poderes que vêm liderando
Portugal nas últimas décadas. E, sem essa fé, tudo fica mais difícil, para um
País que ainda tem tantos e tão complicados desafios pela frente.
Editorial,Económico
domingo, 23 de novembro de 2014
Joãozinho falando inglês (piada)
A
professora chega à sala de aula cumprimenta os alunos e diz:
- Classe, hoje eu quero que vocês pensem
palavras em inglês que usamos, sem traduzirem e façam mímica, para que seus
colegas adivinhem a palavra que pensaram, ok?.. (sugere a professora).
Julinha
foi a primeira. - Andando, como se olhasse vitrines e segurasse sacolas, todos
olharam e entenderam dizendo:
"SHOPPING
CENTER!!!"
- Muito bem, Julinha!.. (diz a professora).
Agora você Carlinhos!
Carlinhos finge estar comendo um lanche, todos
entendem o gesto, novamente, a classe responde:
"HAMBURGER!!!"
- Muito bem, Carlinhos!.. (elogia a
professora). Agora sua vez Joãozinho!
Joãozinho,
visivelmente animado, pega seu livro e acerta em cheio o rosto do colega
sentado ao lado...
A
classe, surpresa, olha sem entender, enquanto a professora irritada pergunta:
- O que significa isso, Joãozinho???
E ele, com aquela cara de safardana responde:
- FACEBOOK!
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Estranha supervisão
As audições sobre o
escândalo BES/GES confirmam que as excelentíssimas autoridades reguladoras
funcionam quando tudo corre bem. Em caso de falhas, como nos crimes do BPN ou
nos esquemas do BES, notam-se erros primários.
O Banco de Portugal
não contactou o regulador dos seguros no penhor da Tranquilidade e avisou
demasiado tarde a CMVM, permitindo que os tubarões da Bolsa enganassem milhares
de pequenos investidores que compraram gato por lebre em ações do BES. E, qual
cereja no topo do bolo, Carlos Costa não afastou Ricardo Salgado após se saber
da fuga de milhões no Monte Branco, porque protegeu o direito constitucional do
banqueiro à liberdade de escolha da profissão.
Armando
Esteves Pereira, Director-adjunto CM
terça-feira, 18 de novembro de 2014
E ninguém vai preso
A comissão parlamentar
ao escândalo BES tem todos os ingredientes para superar em interesse o folhetim
do inquérito ao BPN. Aliás, o descalabro do império da família Espírito Santo
sob o comando de Ricardo Salgado e os crimes de polícia ainda sem castigo do
gang de Oliveira e Costa & companhia têm mais pontos em comum do que a
origem destes banqueiros levaria a supor.
Quando rebentou o BPN,
Ricardo Salgado olhava de alto para o arrivista Oliveira e Costa, que a
política tinha levado à Banca e que perante a elite era uma espécie de
pistoleiro. Mas afinal a mais ilustre dinastia financeira esqueceu-se do bom
nome e do prestígio acumulado de 140 anos para entrar numa espiral que em
alguns casos teve episódios semelhantes a qualquer D. Branca.
Com tanta gente prejudicada,
com custos milionários para os contribuintes, com tantos empregos destruídos,
quer no BPN, quer agora no escândalo do BES/GES, há uma pergunta inquietante
que persiste: e ninguém vai preso?
Armando
esteves Pereira, Director-adjunto CM
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
Santa Maria livrai-nos dos deputados
O
atendimento na Estrela era personalizado. Não havia extractos, e as contas eram
tituladas com nomes bizarros de animais ou plantas.
Com
o aproximar da data em que terão de prestar declarações na comissão parlamentar
de inquérito, cresce a fé dos vários ramos da família Espírito Santo. E é
vê-los todos os domingos, às 11h00, na missa que é rezada na capela privada que
se encontra nas traseiras da casa de Ricardo Salgado no Guincho e onde repousam
na cripta os restos mortais de Ricardo Espírito Santo Silva e sua esposa, Mary
Cohen Espírito Santo Silva.
Os
membros mais importantes da família ocupam os lugares da frente, enquanto os
restantes ficam do lado de fora da pequena capela. As orações evocam os antigos
elementos da família e os primeiros investimentos que permitiram o regresso a
Portugal e a compra do BES, como o velhinho empreendimento imobiliário ‘Santa
Ulisseia’, em Miami, nos Estados Unidos da América.
Recordam-se
também os que sempre foram fiéis. Os clientes que, com hora e dia marcado, eram
recebidos na rua de São Bernardo, à Estrela, onde também se reunia o Conselho
Superior do grupo, para mostrar as suas disponibilidades financeiras em troca
de rentabilidades e aumentos de capital sempre lucrativos. O método era sempre
igual. O cliente passava um cheque ao portador com a quantia que queria
investir junto do Grupo Espírito Santo. O dinheiro era levantado das contas
portuguesas e aparecia, como que por magia, na Compagnie Financière Espírito
Santo, agora convertida em Banco Privée Espírito Santo, na Suíça.
Parte
do investimento era aplicado em grandes companhias cotadas nas bolsas
internacionais, com uma preferência especial pelas sociedades francesas, o
restante eram aplicações em sociedades do próprio GES. Não havia nenhuns
extractos bancários, apenas uma simples folha de papel que mostrava ao cliente
o capital acumulado e que era destruída em seguida. As contas estavam todas
tituladas com nomes bizarros de animais ou plantas.
Miguel Alexandre Ganhão, Subchefe de Redacção
- CM
sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Os ricos não pagam a crise
Se os
"arquivos" que consultei estiverem correctos, foi na década de 70,
era a democracia uma criança e a classe média incipiente, que Acácio Barreiros,
líder da UDP, celebrizou um daqueles slogans que ficaram gravados na memória e
pichados nas paredes: "Os ricos que paguem a crise!". O sobressalto
revolucionário não pegou. Aliás, não passou muito tempo e o país já estava sob
tutela do FMI, pagando (sobretudo os muitos pobres e os poucos remediados que
havia naquele tempo) os desvarios de uma inexperiente classe política. As
famílias, os industriais e os banqueiros, ou seja, os ricos, salvaram, como
sempre, as mobílias a tempo.
Quatro décadas depois,
está quase tudo na mesma. Voltamos a estar sob tutela do FMI. Voltamos a pagar
os desvarios de políticos (já não por inexperiência, mas por incompetência).
Voltamos a pedir que os ricos paguem a crise, ou pelo menos parte dela. E
voltamos a confirmar que os ricos, alguns deles pela segunda vez, escapam incólumes,
uns porque sediaram as suas empresas e rendas em paraísos fiscais respeitáveis,
como a Holanda ou o Luxemburgo, outros porque transferiram sem pudor centenas
de milhões para paraísos fiscais suspeitos, mas igualmente à prova de bala.(Ler artigo complecto)
Rafael Barbosa, JN
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
História Dum Ego
A
única forma que Cavaco tinha de terminar o mandato com dignidade era antecipando
eleições.
Eleições
só daqui a um ano, afirma o Presidente da República. A não ser que aconteça uma
hecatombe, este governo em estertor vai agonizar o país até lá. Cavaco não é
sensível ao estado da nação ou à vontade dos cidadãos. Nem sequer à necessidade
de um orçamento que, com eleições no outono, não será apresentado dentro do
prazo, criando dificuldades suplementares.
Enfim,
o PR defende mais instabilidade em nome da estabilidade. Mas nada disto o
preocupa. Uma das poucas coisas que realmente o apoquentam é manter no poder o
executivo do seu PSD o mais possível. A ponto de afirmar que o próximo governo
tem de ser maioritário – não quer também indicar em quem os portugueses devem
votar?
A
única forma que Cavaco tinha de terminar o mandato com dignidade e ficar para a
história (a outra coisa que o preocupa) era antecipando eleições, cuidando que
não seria o seu sucessor a resolver um imbróglio político por si criado.
Fazendo o contrário, só pensando em si e nos seus, este PR constará no livros
pelos piores motivos. E ponto final.
Joana Amaral Dias, Professora universitária
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Doutores e operários
O
direito ao disparate é a coisa que, na Europa, parece estar mais bem
distribuída.
Frente
aos patrões alemães, Merkel disse que há demasiados licenciados em Portugal e
Espanha. Ora, pouco mais de 17 em cada 100 portugueses adultos são licenciados.
Na Alemanha, são mais de 25.
Como
não se conhecem declarações de Merkel sobre a necessidade de os alemães
deixarem de ir à faculdade, a chanceler exibe uma ideia muito própria da
divisão europeia do trabalho.
A
norte, doutores, instruídos e, supõe-se, bem pagos; a sul, trabalhadores
braçais, a precisarem certamente de maior disciplina nos horários e na idade da
reforma.
Se
isto não é construção europeia…
Carlos Rodrigues, Director-adjunto CM
terça-feira, 4 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
Máxima do reformado
A minha mulher
perguntou-me com sarcasmo:
"Que pensas fazer
hoje?"
"Nada."
Diz-me ela:
"Isso foi o que
fizeste ontem!"
"Sim, mas ainda
não acabei."
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Coerente? Quem?
Não tenho paciência
para ouvir políticos e muito menos os debates na Assembleia da Republica.
Contudo, nas leituras
que faço, encontro informações como esta e que me deixam com receio de quem
anda por aí sem acompanhamento médico.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
terça-feira, 28 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
O que viu Passos Coelho em Nuno Crato?
Pedro Passos Coelho
noticiou ontem que Nuno Crato, após a catadupa de falhas e erros no início do
ano lectivo, se ofereceu, de baraço ao pescoço, ao sacrifício da demissão mas
"nunca evitou agarrar no problema e nunca procurou lavar as mãos do
assunto. Isso só significa que acertei quando o escolhi para ser ministro da
Educação". E, por isso, Crato prossegue, serenamente, a gestão de um
ministério onde, no projecto de Orçamento do Estado, se promete cortar para o
ano mais 700 milhões de euros.
Se o objectivo de
Passos, quando formou governo, foi o de procurar homens e mulheres que
teimosamente insistissem em repetir erros em cima de erros, sem nunca perder a
determinação com que procuram novos erros para cometer, então, não há dúvida,
Nuno Crato foi uma escolha espectacular.
De resto o homem já
reincidiu: os tais 700 milhões de cortes inscritos por Maria Luís Albuquerque
nas contas da Educação são "na prática, 200 milhões" disse-nos ele
guiado, suspeito, pela habitual matemática obstinadamente errada e candidamente
adorada pelo chefe do governo. Com números lidos assim adivinho já as casas de
apostas a tratar de cotar a data da próxima paralisia das aulas em Portugal:
"Será antes das férias de Natal (pagamos 1,2 por cada euro apostado) ou no
segundo período (4,50 por cada euro apostado)? (Ler artigo complecto)
Pedro Tadeu, DN
terça-feira, 21 de outubro de 2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
A gula fiscal
Os
automobilistas que lêem as notícias da descida do preço do petróleo têm
dificuldade em perceber porque é que os combustíveis não ficam mais baratos em
ritmo semelhante.
Além da resistência das gasolineiras, que parecem mais lentas
a actualizar as descidas de preço do que os ciclos de subida, a carga fiscal
explica este mistério. Num litro de gasolina, 57% do custo é para impostos; no
gasóleo, a carga fiscal é de 48%. Uma das más notícias do Orçamento apresentado
por Maria Luís Albuquerque é que a carga fiscal sobre os combustíveis
continuará a aumentar. Além da fatura da taxa verde, há 2 cêntimos por litro
para pagamento das famigeradas PPP. Um litro de gasóleo vai pagar 11,1 cêntimos
para esta taxa. Ou seja, num depósito de 50 litros, mais de 5 euros vão para
esta taxa.
Se
este ano a devolução da sobretaxa do IRS dependesse do crescimento das receitas
fiscais, os contribuintes teriam uma boa notícia no acerto de contas dos
impostos, com a devolução integral. Mas em 2015 a meta é mais difícil, pois a
soma das receitas de IVA e de IRS terá de aumentar 6,39%
Armando
Esteves Pereira, Director-adjunto
CM
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Ainda mais do mesmo
Para
os outros portugueses é mais do mesmo: mais impostos.
Só
algumas famílias recuperam poder de compra no próximo ano: os reformados que
beneficiam da extinção da CES para as pensões até 4611 euros e alguns
funcionários públicos que têm um alívio de 20% nos cortes salariais.
Para
os outros portugueses é mais do mesmo: mais impostos. Numa previsão optimista
de crescimento de 1,5% do PIB, a estimativa de receita fiscal é três vezes
superior. Diz muito sobre a pressão fiscal, que tributa cada vez mais tudo o
que mexe. E torna difícil a desejada devolução da sobretaxa de IRS.
Armando
Esteves Pereira, director-adjunto CM
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Churrasco, essa instituição masculina...
Talvez porque há um
certo risco envolvido na actividade, este é o único tipo de cozinha a que um
verdadeiro homem se deve dedicar: "A cozinha fora de casa"...
Contudo, não é tarefa
fácil. Quando um homem aceita fazer o churrasco põe-se em marcha uma cadeia de
acções:
1º)
A
mulher compra os alimentos;
2º)
A
mulher faz as saladas, prepara as batatas fritas, o arroz e a sobremesa;
3º)
A
mulher prepara a carne para ser cozinhada, tempera-a, coloca-a numa travessa e
leva-a ao homem que já está à espera ao pé do grelhador, de cerveja fresca na
mão;
Aqui vem a primeira parte realmente importante
da questão:
4º)
O
homem coloca a carne na grelha;
5º)
A
mulher vai para dentro e põe a mesa;
6º) A mulher apercebe-se
que o homem está com os outros homens a contar anedotas e vem cá fora a correr avisar
que a carne se está a queimar; ele aproveita e pede-lhe mais uma cervejinha
fresquinha;
7º)
A
mulher vem cá fora trazer a cerveja e uma travessa...
...e
é então que aparece a segunda parte importante do processo:
8º)
O
homem tira a carne da grelha e entrega-a á mulher;
9º) Depois de
comerem, a mulher levanta a mesa, lava a louça, arruma a cozinha e lava a
grelha;
Toda gente dá os
parabéns ao homem pela fantástica refeição que ele preparou. O homem pergunta à
mulher se lhe soube bem o tempo de folga de que usufruiu e, perante o ar
chateado dela, conclui que há mulheres que nunca estão satisfeitas com nada.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Eles mentem. Uma e outra BES.
Nós já nem
estranhamos. Que nos mintam, que nos façam passar por tolos, que nos colem uma
etiqueta na testa a dizer "idiota". Achamos normal. Encolhemos os
ombros. "São todos iguais". Podem dizer tudo e o inverso, podem
pulverizar os pés com rajadas de tiros autoinfligidos. Podem, até, construir
piadas com aqueles cujas vidas estão a extorquir que nós vamos continuar a
achar normal. Abrutalhados eles, abrutalhados nós. Entorpecidos. Já não
importa. Mas é importante. O presidente da
República, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o governador do Banco
de Portugal juraram a pés juntos que o resgate do BES e a decorrente
criação do Novo Banco não iriam custar um centavo aos contribuintes. Confesso
que os escutei com aquela abertura de espírito típica da vítima que afaga o
carrasco quando este lhe injecta uma substância letal nas veias e lhe sopra ao
ouvido: "É para teu bem". (Ler notícia complecta)
Pedro Ivo Carvalho, JN
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
domingo, 12 de outubro de 2014
Dia de pagamento
Os
trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua suposta eficiência e presumida
honestidade.
Longe
vão os tempos em que os maiores trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua
suposta eficiência e a sua presumida honestidade. A eficiência, que resistiu a
ir pelo cano com o facto de a austeridade aumentar a dívida em vez de a
controlar, estatelou--se no asfalto com o Citius e os professores. Já a
honestidade começou a esboroar-se com o caso Tecnoforma e acaba de estirar-se
ao comprido com o BES.
Todos
os chefes de um executivo vivem da credibilidade da sua palavra. Mas o mito do
homem de Massamá, honrado e moderado, já foi. Passos garantiu que "os
contribuintes não voltariam a ser chamados à responsabilidade por problemas que
não foram criados por eles", até porque isso seria "usar o seu dinheiro para pagar a falta
de ética e de escrúpulos", e agora o governo declarou que o buraco do BES
vai ser coberto pelos contribuintes.
Muito
bem, Sr. Primeiro-Ministro. Obriga-nos, então, a pagar dos nossos bolsos a
antiética e a ilegalidade. Pois tenho a impressão que a falta de palavra vai o
senhor pagá-la. E oxalá também seja a dobrar.
Joana Amaral
Dias, Professora Universitária - CM
sábado, 11 de outubro de 2014
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Quem escreveu o discurso de Cavaco?
No
final da sua presidência, quer mudar o regime. Ficam duas interrogações..
O
Presidente propôs uma reflexão a todos os portugueses. Apelou a uma discussão
séria sobre o sistema político português, constatou que existe um grau de
insatisfação com o regime e definiu como "repulsa" a relação dos
cidadãos mais qualificados com o exercício de cargos públicos. Concluiu da
necessidade de "virar de pantanas" o sistema eleitoral e dignificar a
República e a relação entre eleitos e eleitores. Boas palavras, um bom discurso
e duas interrogações.
Cavaco
Silva falou da reforma do sistema político, mas nada disse do que julga em
relação ao seu próprio papel e ao semipresidencialismo. A segunda interrogação,
talvez mais óbvia (logo menos interessante), é que as palavras foram da autoria
do homem que está há mais anos no poder em Portugal depois de Salazar. Com
tantos anos de ministro, primeiro-ministro e Presidente, provoca estranheza a
mensagem. Tão bizarro como seria ouvir Manoel de Oliveira criticar os filmes
feitos com câmara fixa, não bateria certo. Dá vontade de perguntar
rigorosamente o óbvio: se as coisas estão como estão, se as pessoas se estão
nas tintas para os partidos, para a política e para tudo o que Estado representa,
então qual o grau de fracasso da sua própria acção, senhor Presidente?(Ler artigo complecto)
Luís Osório, jornal i
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
"Quero que o passarão salte do galho"
O
que o passarão tem feito, nestes meses todos, é revender Portugal a interesses
obscuros e cobrar impostos. Não confio nele para tal missão.
«(…)
Não esqueçamos o caso Tecnoforma. Não pelo caso em si, ou pelas quantias
envolvidas ou sonegadas, pessoalmente estou-me nas tintas para os mil contitos do
passarão. O que convém não esquecer, dada a falta de memória que por aí vai, é
que o passarão ganhou as eleições com um argumento: eu vou limpar Portugal de
gente que trepa e se aproveita do Estado e assim faz descambar as balanças. Eu
vou varrer os oportunistas, os papa-subsídios, os proventos de mão esquerda, os
funcionários públicos bissextos, os tipos que enterraram o país na dívida e
agora não são capazes de o governar obedecendo aos preceitos da Alemanha
benfeitora. Eu vou ser o salvador da pátria. Eu sou impoluto e limpo de
coração, não tenho fortuna pessoal, sou remediado e renunciei a subvenções
vitalícias, férias no estrangeiro e salmão em executiva. A minha cidade
preferida é Vila Real (quando o passarão disse isto, eu soube logo que ele
estava a mentir... adiante).
Este
o argumento. Com o dizia a defunta Mrs.Thatcher, primeiro ganha-se o argumento
e depois ganha-se o voto. É este o processo. O passarão nem chegou a ganhar o
argumento. Atirou-se de cabeça ao voto. Mostrou o plano, anunciou com aquela
voz de tenor que a gravata não tinha nódoas e sentou-se à mesa. Sentou ao lado
direito, ao lado de deus pai, o passarão maior, conhecido por gostar de relva
fresca. Ora, o bom povo português já esqueceu as estupendas trapalhadas destes
dois e confessa a sua admiração com a escassa obra beneficente do Centro
Português de Cooperação e o seu presidente Passos passarão, mais a mecenas
Tecnoforma e o seu offshore em Jersey (por uma vez, não é nas Ilhas Caimão, e
no ponto em que estamos, acho admirável) fora o subsídio de reintegração e a
fuga aos impostos através desse subterfúgio de funcionários chamado despesas de
representação. Isto não é o importante, muita gente apresentou despesas de
representação e papou subsídios. Muita gente quis fugir ao braço longo do
Estado papão. Muita gente abriu empresas num dia para sacar fundos europeus
para as fechar no dia seguinte quando os fundos secaram. A diferença é que essa
gente pecadora não anda por aí de mão no peito a ganhar o voto e a chamar
piegas aos portugueses e a dizer que somos um povo de cigarras que não quer
trabalhar.
O
passarão que me perdoe mas a cigarra é um animal simpático. Já um passarão que
apresenta como currículo uma carreira à sombra dos tutores do partido e das
baldas do partido, não devia apregoar a virtude (nem dizer que Vila Real etc.,
etc.). Muito menos devia andar com más companhias que recrutam espiões para
serviço próprio e vendem o país a retalho sob a manta da "cooperação"
e da premência da "ajuda externa". O que o passarão tem feito, estes
meses todos, é revender Portugal a interesses obscuros e cobrar impostos. Não
confio nele para tal missão. Nem nele nem nos passarocos aplicados e prístinos
que o rodeiam. Não quero que o passarão venda a TAP, agora. Nem as Águas de
Portugal. Nem o que falta vender antes que a legislatura termine. Quero que o passarão
salte do galho.»
Clara Ferreira Alves,Revista Expresso
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