segunda-feira, 23 de junho de 2014

O governo invisível

O pior governo de que há memória para os bolsos dos portugueses é bafejado por uma sorte sem igual.
Perde eleições de forma rotunda, mas quem entra em crise é o vencedor. Como se isso não bastasse, o prolongamento da luta pela liderança do PS até lá para finais de setembro é um bónus acrescido. Depois, veio o Mundial e os seus dramas incomparáveis. Veio a guerra ao TC e a queda estrondosa do banqueiro do regime. Vêm os festivais de música, o Picnicão, as férias, vem o verão ele próprio e a sua modorra... Vem tudo o que está a transformar o governo de Passos num governo demasiado invisível e o regime num pântano que fede de forma irreversível.
Eduardo Dâmaso, director-adjunto CM

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Fofoca de empregada

Aproveitando a ausência dos patrões, Craudete, a empregada africana, fofoca com uma amiga de Angola ao telefone:
- Maria, aqui nesta mansão é tudo fachada, nêga!
- Porquê, Craudete? - Pergunta a amiga.
- Nada é dos patrão! Tudo é imprestado!
- A roupa dos patrão não és deles, as dele é de um tal de Armani, a gravata de um tal Pierre Cardin, os vistido dela és de uma tal Fátima Lopes e os carro é da Mercedes... Nada é deles, minina!
- Nossa, Craudete... Qui pobreza!
- O pió di tudo cê inda num sabe... Outro dia o patrão tava no telefone falando que tinha um grande Picasso... Pura mentira, Maria...
É piquinininho, que dá dó.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Um país sem melhoras

Ao contrário do que o governo proclamava, a retoma não existe e a culpa não é do Tribunal Constitucional.
Está novamente a preparar-se a tempestade económica e social perfeita em Portugal. Para isso concorre simultaneamente a degradação da situação internacional e nacional.
No contexto internacional é inevitável que, mais tarde ou mais cedo, haja consequências directas das situações dramáticas e extremas que se vivem em países essenciais para o abastecimento de petróleo ao mundo, como o Iraque, que está a ser tomado por forças sunitas radicais que podem acabar com o que resta do país e lançar o caos numa vasta região.
Há também conflitos mais próximos que afectam a estabilidade e, portanto, a economia, como o da Ucrânia, condenada a ficar dividida em territórios autónomos e praticamente inimigos ou a dar origem a novos Estados, para já não admitir a integração de mais algumas regiões na Mãe Rússia.
Na sua pequena escala, Portugal continua a ser um país tranquilo, seguro, prazenteiro para o turismo, mas onde nada de estrutural muda, limitando-se o governo a uma política de austeridade, cortes , ataques a reformados e funcionários públicos e à venda de empresas que rendiam dividendos.(Ler artigo complecto) 
Eduardo Oliveira Silva, jornal i

terça-feira, 17 de junho de 2014

Será do Aleixo?

Chamo-me Passos Coelho
Cortador de profissão
Corto ao jovem, corto ao velho,
Corto salário e pensão
Corto subsídios, reformas
Corto na Saúde e na Educação
Corto regras, leis e normas
E cago na Constituição
Corto ao escorreito e ao torto
Fecho Repartições, Tribunais
Corto bem-estar e conforto,
Corto aos filhos, corto aos pais
Corto ao público e ao privado
Aos independentes e liberais
Mas é aos agentes do Estado
Que gosto de cortar mais
Corto regalias, corto segurança
Corto direitos conquistados
Corto expectativas, esperança
Dias Santos e feriados
Corto ao polícia, ao bombeiro
Ao professor, ao soldado
Corto ao médico, ao enfermeiro
Corto ao desempregado
No corte sou viciado
A cortar sou campeão
Mas na gordura do Estado
Descansem, não corto, não.
Eu corto
a Bem da Nação

domingo, 15 de junho de 2014

Noviças conventuais

 Uma Noviça de um convento de freiras do sul de Itália pediu autorização superior para fazer uma peregrinação a Roma. Propôs-se ir a pé e à boleia e regressar o mais depressa possível. A Madre superiora, depois de reunir com as restantes membros da direcção, conseguiu um parecer favorável, mas, a Noviça só iria se, no regresso, se submetesse a um rigoroso exame de virgindade. A Noviça foi posta ao corrente desta condição. Aceitou-a e meteu-se ao caminho.
Ao cabo de dez dias, quando regressou ao Convento, foi, então, sujeita ao tal exame de virgindade, que nada revelou!
Diz a Madre Superior:
- Estou muito contente, minha filha. Eu sempre temi as tentações do Demónio! Mas, diz-me uma coisa, nenhum desses homens que te deram boleia tentou abusar de ti?
Responde a noviça:
- Quase todos, Madre! Mas lá diz o ditado: ”Quem tem boca vai a Roma”…

quinta-feira, 12 de junho de 2014

O Xôr Aníbal

 O Xôr Aníbal desfaleceu...
Ora antes ele que eu.
Aquilo coitado é da fome
Anda a cortar na reforma
Há semanas que não come
Viu-se perante um croquete
Deu-lhe o fanico ao home
Que anda a poupar na retrete!
Leonilde Santos, in facebook

terça-feira, 10 de junho de 2014

A lição falhada

Se há coisa que as europeias evidenciam um pouco por todo o continente é o fracasso do bipartidarismo como forma de governo.
O chamado ‘centrão’, seja ele de matriz social-democrata, socialista ou conservadora, levou um cartão vermelho. Os eleitores censuraram a austeridade, a política do passa-culpas a tribunais, a corrupção, a insensibilidade social, o desemprego, uma elite que não só vive imune à crise como ela própria agrava a crise de todos os outros. O que aconteceu daí para cá na política caseira? A confirmação absoluta de que a lição falhou, tal é o desprezo mostrado pelo Governo aos eleitores nos últimos quinze dias. Não é que seja novidade, mas é cada vez mais obsceno.
Eduardo Dâmaso, director-adjunto CM

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Os saldos do BCE

Nunca o dinheiro esteve tão barato.
O BCE baixou a taxa directora para 0,15% e obriga os bancos que lá queiram depositar dinheiro a pagar em vez de receber juros. Draghi usou toda a artilharia que poderia dispor na luta contra a ameaça de deflação. Para os depositantes alemães a medida é má, mas para as empresas europeias pode ser boa. Além das mudanças de juros, o BCE de Mario Draghi injecta 400 mil milhões de liquidez para empréstimos à economia real. As armas do BCE podem ser muito úteis para Portugal se o dinheiro chegar às nossas PME ao mesmo preço que chega às alemãs, pois agora uma boa empresa portuguesa arrisca a pagar o dobro dos juros que uma congénere germânica.
Armando Esteves Pereira, director-adjunto CM

sábado, 7 de junho de 2014

Humor...

Em Beja, uma mulher atraente está no seu carro à espera que o semáforo abrisse quando o Manéli pára o carro ao lado dela na outra faixa, olha para ela e abre a sua janela.
 Pensando que ele ia dizer-lhe alguma coisa, ela também abre a sua janela.
O Manéli olha para ela e diz:
"Nã me digas que também deste um pêdo?"

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Metro de Lisboa. PGR pode investigar falta de segurança

Desde 2012 que o metro está a circular sem travões de emergência. Após uma investigação do i, o MP pondera abrir um inquérito.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a ponderar abrir uma investigação à falta de freios electromagnéticos em toda a frota do Metro de Lisboa. A notícia de que os comboios desta empresa pública estão há dois anos sem travões de emergência foi avançada na última semana pelo i. Esse foi aliás o motivo que levou à redução da velocidade em toda a rede do metropolitano de 60 para 45 km/h.
Oficialmente, a PGR esclarece que "o Ministério Público [se encontra] a acompanhar esta situação, nomeadamente as notícias vindas a público, com a finalidade de apurar a necessidade de tomar providências no âmbito das suas competências."
Segundo a investigação do i, a falta deste sistema de frenagem impossibilita travagens eficientes o que poderá por em causa a segurança da circulação. Fontes do sector ferroviário esclarecem mesmo que se à saída do túnel, o maquinista tiver necessidade de imobilizar o comboio não conseguirá fazê-lo sem que três carruagens entrem na estação. Por outro lado, caso os sistemas de freios estivessem todos a funcionar, apenas uma entraria dado que a travagem seria muito mais rápida e eficiente.

Confrontada com informações recolhidas pelo i, a empresa admitiu que a desactivação do sistema de travagem acontecera há já dois anos. "Foi detectado em 2012 um problema mecânico resultante da fadiga dos materiais de suporte dos freios electromagnéticos…(Ler artigo complecto)
Carlos Diogo Santos, jornal i

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Se isto não é um país...

Os acontecimentos dos últimos dias são uma espécie de síntese do que tem sido Portugal nos anos mais recentes.
Rasteirado pela falta de pensamento estratégico, o Governo voltou a fazer um orçamento ilegal. Chumbado a meio do ano pelo Tribunal Constitucional. De imediato, os credores exigem novos cortes para financiarem a República. Cavaco refugia-se num dos seus habituais ciclos políticos de silêncio. E o PS discute a magna questão da guerra dos Antónios. No meio de tudo isto, perto de dois milhões de portugueses não sabem hoje quanto dinheiro vão ter no fim do mês, muito menos no resto do ano. Felizmente vem aí o Mundial, e Ronaldo vai jogar. Se isto não é um país...
Carlos Rodrigues, director-adjunto CM