segunda-feira, 28 de julho de 2014

Alberto João Jardim...

“Esqueçam que existi. Deixem-me em paz”
Quarenta anos. Quarenta ‘redondos’ anos a comandar a Madeira. Quarenta anos que Alberto João Jardim quer que terminem agora, ou no máximo em outubro do próximo ano. Em entrevista ao Expresso, o social-democrata falou de Passos Coelho, com quem não “acerta”, da falta de “dinheiro para brincadeiras” [leia-se uma possível candidatura a Belém] e da vontade de ser esquecido. É um ‘rei’ que já não quer mais brincar aos tronos. (Continuar a ler)

domingo, 27 de julho de 2014

Privatizar Belém

Para evitar que o professor Cavaco Silva tenha de abandonar as suas actuais funções em Belém - a que será obrigado pela aprovação de uma lei (que ele próprio assinou!) impedindo os reformados e aposentados de exercerem, mesmo gratuitamente, cargos públicos - Passos Coelho decidiu privatizar a Presidência da República, maneira de manter o chefe do Estado em exercício, pois ele é, como se sabe, um reformado da banca e da universidade. Os responsáveis por semelhante imbróglio são os que o congeminaram, mais os que o aprovaram (deputados da maioria) e quem superiormente o sancionou. Consequentemente, uma série de personalidades vão, se ele (imbróglio) não for deitado para o lixo, ter de arrumar as botas. Assunção Esteves deixará a liderança da Assembleia (S. Bento não interessará a nenhuma multinacional), Manuela Ferreira Leite não poderá, se quiser, mudar-se para a RTP, Diogo Freitas do Amaral não logrará redigir novos pareceres para ministérios, João Lobo Antunes não operará em hospitais públicos, e por aí fora.
A disposição em causa - Lei 11/2014 de 6 de Março - passou, curiosamente, desapercebida de todos (da própria oposição) até Bagão Félix se indignar na TV. Recorde-se que o presente executivo proibira já os reformados e os aposentados de serem retribuídos por colaborações com entidades públicas, o que levou ao afastamento de nomes importantes da vida cultural, artística, científica, educativa, informativa, etc. Agora é o voluntariado dos mais experientes que os governantes querem fazer colapsar.
Um consórcio angolano e chinês acaba, entretanto, de candidatar- -se a arrematar Belém, com o seu inquilino no respectivo recheio patrimonial.
Fernando Dacosta, jornal i

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Princípios traídos

Alguns territórios da actual Guiné Equatorial tiveram presença portuguesa, mas esses laços perderam-se nos finais do século XVIII. Numa ilha fala-se um crioulo de origem portuguesa, mas esse facto não torna o país de expressão lusófona. Aliás, a notícia da adesão foi revelada no país em espanhol, francês e inglês e não na língua de Camões. Sendo um pequeno estado, rico em petróleo e recursos naturais, que financia uma das ditaduras mais corruptas e sanguinárias de África, a adesão à CPLP representa o acesso a um fórum internacional relevante. Seduzida pelos milhões do petróleo, a CPLP legitima o regime de Obiang. A adesão da Guiné Equatorial à CPLP é apenas um negócio que trai os princípios naturais da comunidade dos países de língua portuguesa.
Editorial por Direcção do CM

domingo, 20 de julho de 2014

Confusão nos contactos (piada)

O avião contacta a torre:
- Torre, aqui Cessna 1325, piloto estudante, estou sem combustível.
Na torre, todos os mecanismos de emergência são accionados, todas as pessoas ficam atentas e já ninguém tem sequer uma chávena de café na mão.
O suor corre em algumas faces e o controlador responde ao piloto:
- Roger, Cessna 1325. Reduza velocidade para planar. Tem contacto visual com a pista?
- Eu... quer dizer... eu estou na pista... estou à espera que me venham atestar o depósito...

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A justiça tem de agir rapidamente

O atestado de inocência passado pelo DCIAP a Salgado em 2013 caducou.
"Face aos factos até agora apurados nos presentes autos, não existem fundamentos para que o agora requerente, Dr. Ricardo Salgado, seja considerado suspeito, razão pela qual foi ouvido como testemunha." Estas palavras foram escritas pelo procurador Rosário Teixeira no dia 18 de Janeiro de 2013 e deram razão ao "Jornal de Negócios" para escrever em manchete: "DCIAP diz que Salgado não está envolvido no Monte Branco."
É certo que o despacho atrás citado diz respeito a parte dos 8,5 milhões de euros que Ricardo Salgado rectificou no seu IRS pouco antes de ser ouvido como testemunha, mas as palavras citadas são tão abrangentes que ilibam o banqueiro de quaisquer indícios que existissem (e existiam) naquele momento no caso Monte Branco.
Nunca se percebeu por que razão um procurador experiente como Rosário Teixeira passou um atestado de inocência ao presidente executivo do BES quando tinha informação suficiente em seu poder para, no mínimo, suspeitar que o banco, as suas empresas subsidiárias e o próprio Salgado estariam envolvidos em algo mais complexo do que simples problemas fiscais.
Hoje sabe-se muito mais sobre a inquirição de Ricardo Salgado e {…]Ler tudo 
Luís Rosa, jornal i

domingo, 13 de julho de 2014

Conversa de miudos

Dois miúdos estão a conversar:
- O que é que o teu pai faz?
- É advogado.
- Sério?
- Não, um dos normais.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O sexo das palavras

Anda por aí uma flamante moda de chamar ‘presidentas’ às senhoras que chefiam alguma instituição, seja ela um Estado, como a auto-denominada ‘presidenta’ do Brasil; um parlamento, como a Assembleia da República; ou uma fundação, como a que administra o legado do Nobel português José Saramago.
Não decorrendo esta extravagância do nefasto desacordo ortográfico, talvez proceda da ideologia do género, que muito gosta de baralhar, na vida e na linguagem, o masculino e o feminino.
Como é sabido, mas não de todos, quando se denomina um sujeito que exerce a acção expressada por um verbo, adiciona-se à raiz verbal os sufixos ‘ente’, como em docente; ‘ante’, como em navegante; ou ‘inte’, como em contribuinte. É esta a forma correcta, qualquer que seja o sexo ou género do indivíduo de quem se predica. Uma mulher polícia é uma agente da autoridade e não uma ‘agenta’; quem fabrica é uma fabricante e não uma ‘fabricanta’; uma mendiga é uma pedinte e não ‘pedinta’. Portanto, pela mesma razão, quem ocupa a presidência, seja mulher ou homem, é presidente e não ‘presidenta’. Outro tanto se diga dos substantivos invariáveis quanto ao género como, por exemplo, atleta, autista, doente, belga, motorista, etc.
É curioso que as promotoras destes femininos não defendam, que se saiba, uma forma masculina para os mesmos étimos. Se a forma ‘presidente’ não é, a bem dizer, feminina nem masculina e se se pode dizer ‘presidenta’, porque não também ‘presidento’?! Portanto, quem diz ‘presidenta’ também deveria referir-se ao ‘presidento’ da República, aos ex-‘presidentos’ do parlamento e ao ‘presidento’ da Fundação Gulbenkian ...
Desculpem o atrevimento de quem não é ‘especialisto’ na matéria, nem ‘jornalisto’, mas um mero ‘cronisto’, que espera chegar, um dia, a ‘pensionisto’ … E valha-nos a Sophia, que não era ‘pedanta’
Gonçalo Portocarrero de Almada, padre – jornal i

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Pleno emprego

Passos ainda consegue surpreender.
Mal refeitos da promessa de Seguro de acabar com os sem-abrigo, os portugueses voltam a espantar-se com o objectivo definido por Passos Coelho no debate do Estado da Nação: construir uma sociedade de pleno emprego.
A realidade é que o ténue crescimento teima em não gerar trabalho. O desemprego cai à custa da emigração, como disse ontem o líder do PCP. Assim, falar de pleno emprego mais parece uma brincadeira de mau gosto. Ou coisa pior.
A política portuguesa é um duelo de discursos inconsequentes. Prova disso é que não há notícia da mais leve reacção dos deputados quando ouviram o chefe do governo. Para nossa desgraça, terão achado normal ?
Carlos Rodrigues, Director-adjunto CM

terça-feira, 1 de julho de 2014

Conselho de Estado

Cavaco Silva convocou o Conselho de Estado para discutir a economia do pós-troika.
Com os níveis de instabilidade política que existem, porém, arrisca-se a mais um exercício inútil que só servirá para evidenciar os limites da sua intervenção. A coligação treme por todos os lados à medida que se aproxima a discussão do Orçamento de 2015 e a política fiscal inerente. O PS está como se vê e parece cada vez mais óbvio que o fim da era unipessoal do CDS, com a previsível saída de Portas, o vai reconduzir ao pequeno táxi. Se isto não é um regime político a rebentar pelas costuras, o que faltará? Talvez uma pitada de escândalos e o Bloco Central vindouro acabem com o resto.
Eduardo Dâmaso, director-adjunto CM