sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Coerente? Quem?

Não tenho paciência para ouvir políticos e muito menos os debates na Assembleia da Republica.

Contudo, nas leituras que faço, encontro informações como esta e que me deixam com receio de quem anda por aí sem acompanhamento médico.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O que viu Passos Coelho em Nuno Crato?

Pedro Passos Coelho noticiou ontem que Nuno Crato, após a catadupa de falhas e erros no início do ano lectivo, se ofereceu, de baraço ao pescoço, ao sacrifício da demissão mas "nunca evitou agarrar no problema e nunca procurou lavar as mãos do assunto. Isso só significa que acertei quando o escolhi para ser ministro da Educação". E, por isso, Crato prossegue, serenamente, a gestão de um ministério onde, no projecto de Orçamento do Estado, se promete cortar para o ano mais 700 milhões de euros.
Se o objectivo de Passos, quando formou governo, foi o de procurar homens e mulheres que teimosamente insistissem em repetir erros em cima de erros, sem nunca perder a determinação com que procuram novos erros para cometer, então, não há dúvida, Nuno Crato foi uma escolha espectacular.
De resto o homem já reincidiu: os tais 700 milhões de cortes inscritos por Maria Luís Albuquerque nas contas da Educação são "na prática, 200 milhões" disse-nos ele guiado, suspeito, pela habitual matemática obstinadamente errada e candidamente adorada pelo chefe do governo. Com números lidos assim adivinho já as casas de apostas a tratar de cotar a data da próxima paralisia das aulas em Portugal: "Será antes das férias de Natal (pagamos 1,2 por cada euro apostado) ou no segundo período (4,50 por cada euro apostado)? (Ler artigo complecto)
Pedro Tadeu, DN

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Uma lição aos humanos


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A gula fiscal

Os automobilistas que lêem as notícias da descida do preço do petróleo têm dificuldade em perceber porque é que os combustíveis não ficam mais baratos em ritmo semelhante.
 Além da resistência das gasolineiras, que parecem mais lentas a actualizar as descidas de preço do que os ciclos de subida, a carga fiscal explica este mistério. Num litro de gasolina, 57% do custo é para impostos; no gasóleo, a carga fiscal é de 48%. Uma das más notícias do Orçamento apresentado por Maria Luís Albuquerque é que a carga fiscal sobre os combustíveis continuará a aumentar. Além da fatura da taxa verde, há 2 cêntimos por litro para pagamento das famigeradas PPP. Um litro de gasóleo vai pagar 11,1 cêntimos para esta taxa. Ou seja, num depósito de 50 litros, mais de 5 euros vão para esta taxa.
Se este ano a devolução da sobretaxa do IRS dependesse do crescimento das receitas fiscais, os contribuintes teriam uma boa notícia no acerto de contas dos impostos, com a devolução integral. Mas em 2015 a meta é mais difícil, pois a soma das receitas de IVA e de IRS terá de aumentar 6,39%
Armando Esteves Pereira, Director-adjunto CM

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Ainda mais do mesmo

Para os outros portugueses é mais do mesmo: mais impostos.
Só algumas famílias recuperam poder de compra no próximo ano: os reformados que beneficiam da extinção da CES para as pensões até 4611 euros e alguns funcionários públicos que têm um alívio de 20% nos cortes salariais.
Para os outros portugueses é mais do mesmo: mais impostos. Numa previsão optimista de crescimento de 1,5% do PIB, a estimativa de receita fiscal é três vezes superior. Diz muito sobre a pressão fiscal, que tributa cada vez mais tudo o que mexe. E torna difícil a desejada devolução da sobretaxa de IRS.
Armando Esteves Pereira, director-adjunto CM

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Churrasco, essa instituição masculina...

Talvez porque há um certo risco envolvido na actividade, este é o único tipo de cozinha a que um verdadeiro homem se deve dedicar: "A cozinha fora de casa"...
Contudo, não é tarefa fácil. Quando um homem aceita fazer o churrasco põe-se em marcha uma cadeia de acções:
1º) A mulher compra os alimentos;
2º) A mulher faz as saladas, prepara as batatas fritas, o arroz e a sobremesa;
3º) A mulher prepara a carne para ser cozinhada, tempera-a, coloca-a numa travessa e leva-a ao homem que já está à espera ao pé do grelhador, de cerveja fresca na mão;
 Aqui vem a primeira parte realmente importante da questão:
4º) O homem coloca a carne na grelha;
5º) A mulher vai para dentro e põe a mesa;
) A mulher apercebe-se que o homem está com os outros homens a contar anedotas e vem cá fora a correr avisar que a carne se está a queimar; ele aproveita e pede-lhe mais uma cervejinha fresquinha;
7º) A mulher vem cá fora trazer a cerveja e uma travessa...
...e é então que aparece a segunda parte importante do processo:
8º) O homem tira a carne da grelha e entrega-a á mulher;
) Depois de comerem, a mulher levanta a mesa, lava a louça, arruma a cozinha e lava a grelha;

Toda gente dá os parabéns ao homem pela fantástica refeição que ele preparou. O homem pergunta à mulher se lhe soube bem o tempo de folga de que usufruiu e, perante o ar chateado dela, conclui que há mulheres que nunca estão satisfeitas com nada.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Eles mentem. Uma e outra BES.

Nós já nem estranhamos. Que nos mintam, que nos façam passar por tolos, que nos colem uma etiqueta na testa a dizer "idiota". Achamos normal. Encolhemos os ombros. "São todos iguais". Podem dizer tudo e o inverso, podem pulverizar os pés com rajadas de tiros autoinfligidos. Podem, até, construir piadas com aqueles cujas vidas estão a extorquir que nós vamos continuar a achar normal. Abrutalhados eles, abrutalhados nós. Entorpecidos. Já não importa. Mas é importante. O presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o governador do Banco de Portugal juraram a pés juntos que o resgate do BES e a decorrente criação do Novo Banco não iriam custar um centavo aos contribuintes. Confesso que os escutei com aquela abertura de espírito típica da vítima que afaga o carrasco quando este lhe injecta uma substância letal nas veias e lhe sopra ao ouvido: "É para teu bem". (Ler notícia complecta)
Pedro Ivo Carvalho, JN

domingo, 12 de outubro de 2014

Dia de pagamento

Os trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua suposta eficiência e presumida honestidade.
Longe vão os tempos em que os maiores trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua suposta eficiência e a sua presumida honestidade. A eficiência, que resistiu a ir pelo cano com o facto de a austeridade aumentar a dívida em vez de a controlar, estatelou--se no asfalto com o Citius e os professores. Já a honestidade começou a esboroar-se com o caso Tecnoforma e acaba de estirar-se ao comprido com o BES.
Todos os chefes de um executivo vivem da credibilidade da sua palavra. Mas o mito do homem de Massamá, honrado e moderado, já foi. Passos garantiu que "os contribuintes não voltariam a ser chamados à responsabilidade por problemas que não foram criados por eles", até porque isso seria  "usar o seu dinheiro para pagar a falta de ética e de escrúpulos", e agora o governo declarou que o buraco do BES vai ser coberto pelos contribuintes.
Muito bem, Sr. Primeiro-Ministro. Obriga-nos, então, a pagar dos nossos bolsos a antiética e a ilegalidade. Pois tenho a impressão que a falta de palavra vai o senhor pagá-la. E oxalá também seja a dobrar.
Joana Amaral Dias, Professora Universitária - CM

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Quem escreveu o discurso de Cavaco?

No final da sua presidência, quer mudar o regime. Ficam duas interrogações..
O Presidente propôs uma reflexão a todos os portugueses. Apelou a uma discussão séria sobre o sistema político português, constatou que existe um grau de insatisfação com o regime e definiu como "repulsa" a relação dos cidadãos mais qualificados com o exercício de cargos públicos. Concluiu da necessidade de "virar de pantanas" o sistema eleitoral e dignificar a República e a relação entre eleitos e eleitores. Boas palavras, um bom discurso e duas interrogações.
Cavaco Silva falou da reforma do sistema político, mas nada disse do que julga em relação ao seu próprio papel e ao semipresidencialismo. A segunda interrogação, talvez mais óbvia (logo menos interessante), é que as palavras foram da autoria do homem que está há mais anos no poder em Portugal depois de Salazar. Com tantos anos de ministro, primeiro-ministro e Presidente, provoca estranheza a mensagem. Tão bizarro como seria ouvir Manoel de Oliveira criticar os filmes feitos com câmara fixa, não bateria certo. Dá vontade de perguntar rigorosamente o óbvio: se as coisas estão como estão, se as pessoas se estão nas tintas para os partidos, para a política e para tudo o que Estado representa, então qual o grau de fracasso da sua própria acção, senhor Presidente?(Ler artigo complecto)
Luís Osório, jornal i

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

"Quero que o passarão salte do galho"

O que o passarão tem feito, nestes meses todos, é revender Portugal a interesses obscuros e cobrar impostos. Não confio nele para tal missão.
«(…) Não esqueçamos o caso Tecnoforma. Não pelo caso em si, ou pelas quantias envolvidas ou sonegadas, pessoalmente estou-me nas tintas para os mil contitos do passarão. O que convém não esquecer, dada a falta de memória que por aí vai, é que o passarão ganhou as eleições com um argumento: eu vou limpar Portugal de gente que trepa e se aproveita do Estado e assim faz descambar as balanças. Eu vou varrer os oportunistas, os papa-subsídios, os proventos de mão esquerda, os funcionários públicos bissextos, os tipos que enterraram o país na dívida e agora não são capazes de o governar obedecendo aos preceitos da Alemanha benfeitora. Eu vou ser o salvador da pátria. Eu sou impoluto e limpo de coração, não tenho fortuna pessoal, sou remediado e renunciei a subvenções vitalícias, férias no estrangeiro e salmão em executiva. A minha cidade preferida é Vila Real (quando o passarão disse isto, eu soube logo que ele estava a mentir... adiante).
Este o argumento. Com o dizia a defunta Mrs.Thatcher, primeiro ganha-se o argumento e depois ganha-se o voto. É este o processo. O passarão nem chegou a ganhar o argumento. Atirou-se de cabeça ao voto. Mostrou o plano, anunciou com aquela voz de tenor que a gravata não tinha nódoas e sentou-se à mesa. Sentou ao lado direito, ao lado de deus pai, o passarão maior, conhecido por gostar de relva fresca. Ora, o bom povo português já esqueceu as estupendas trapalhadas destes dois e confessa a sua admiração com a escassa obra beneficente do Centro Português de Cooperação e o seu presidente Passos passarão, mais a mecenas Tecnoforma e o seu offshore em Jersey (por uma vez, não é nas Ilhas Caimão, e no ponto em que estamos, acho admirável) fora o subsídio de reintegração e a fuga aos impostos através desse subterfúgio de funcionários chamado despesas de representação. Isto não é o importante, muita gente apresentou despesas de representação e papou subsídios. Muita gente quis fugir ao braço longo do Estado papão. Muita gente abriu empresas num dia para sacar fundos europeus para as fechar no dia seguinte quando os fundos secaram. A diferença é que essa gente pecadora não anda por aí de mão no peito a ganhar o voto e a chamar piegas aos portugueses e a dizer que somos um povo de cigarras que não quer trabalhar.
O passarão que me perdoe mas a cigarra é um animal simpático. Já um passarão que apresenta como currículo uma carreira à sombra dos tutores do partido e das baldas do partido, não devia apregoar a virtude (nem dizer que Vila Real etc., etc.). Muito menos devia andar com más companhias que recrutam espiões para serviço próprio e vendem o país a retalho sob a manta da "cooperação" e da premência da "ajuda externa". O que o passarão tem feito, estes meses todos, é revender Portugal a interesses obscuros e cobrar impostos. Não confio nele para tal missão. Nem nele nem nos passarocos aplicados e prístinos que o rodeiam. Não quero que o passarão venda a TAP, agora. Nem as Águas de Portugal. Nem o que falta vender antes que a legislatura termine. Quero que o passarão salte do galho.»
Clara Ferreira Alves,Revista Expresso