Nós já nem
estranhamos. Que nos mintam, que nos façam passar por tolos, que nos colem uma
etiqueta na testa a dizer "idiota". Achamos normal. Encolhemos os
ombros. "São todos iguais". Podem dizer tudo e o inverso, podem
pulverizar os pés com rajadas de tiros autoinfligidos. Podem, até, construir
piadas com aqueles cujas vidas estão a extorquir que nós vamos continuar a
achar normal. Abrutalhados eles, abrutalhados nós. Entorpecidos. Já não
importa. Mas é importante. O presidente da
República, o primeiro-ministro, a ministra das Finanças e o governador do Banco
de Portugal juraram a pés juntos que o resgate do BES e a decorrente
criação do Novo Banco não iriam custar um centavo aos contribuintes. Confesso
que os escutei com aquela abertura de espírito típica da vítima que afaga o
carrasco quando este lhe injecta uma substância letal nas veias e lhe sopra ao
ouvido: "É para teu bem". (Ler notícia complecta)
Pedro Ivo Carvalho, JN
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