domingo, 12 de outubro de 2014

Dia de pagamento

Os trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua suposta eficiência e presumida honestidade.
Longe vão os tempos em que os maiores trunfos políticos de Passos Coelho eram a sua suposta eficiência e a sua presumida honestidade. A eficiência, que resistiu a ir pelo cano com o facto de a austeridade aumentar a dívida em vez de a controlar, estatelou--se no asfalto com o Citius e os professores. Já a honestidade começou a esboroar-se com o caso Tecnoforma e acaba de estirar-se ao comprido com o BES.
Todos os chefes de um executivo vivem da credibilidade da sua palavra. Mas o mito do homem de Massamá, honrado e moderado, já foi. Passos garantiu que "os contribuintes não voltariam a ser chamados à responsabilidade por problemas que não foram criados por eles", até porque isso seria  "usar o seu dinheiro para pagar a falta de ética e de escrúpulos", e agora o governo declarou que o buraco do BES vai ser coberto pelos contribuintes.
Muito bem, Sr. Primeiro-Ministro. Obriga-nos, então, a pagar dos nossos bolsos a antiética e a ilegalidade. Pois tenho a impressão que a falta de palavra vai o senhor pagá-la. E oxalá também seja a dobrar.
Joana Amaral Dias, Professora Universitária - CM

2 comentários:

  1. Neste caso os contribuintes só podem ser penalizados por via da Caixa Geral de Depósitos. Privatize-se a CGD e problema fica resolvido...

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  2. Não defendo a privatização da CGD mas é a minha opinião.
    Um abraço amigo Kruzes.

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