sábado, 28 de setembro de 2013

Como o Governo salvou Cláudia e Natália!


Por: Pedro Tadeu-DN
Cláudia e Natália, 45 e 41 anos, estavam à frente da firma de construção civil herdada do pai quando a crise estalou. Contam que, de repente, deixaram de ter clientes, perderam o crédito bancário e despediram 250 trabalhadores. Ficaram com 150. Isto foi em 2008. Agora gabam-se de ter conseguido expandir o negócio e de a firma viver em prosperidade. Não leram como foi? Eu conto.
O Governo, dizia a notícia, abriu uma linha de crédito de 1,1 mil milhões de euros para apoiar as pequenas e médias empresas. Esse apoio foi utilizado pelas irmãs como garantia para obter empréstimos bancários. Compraram uma fábrica de cimento.
Passaram a ser a única empresa familiar e as duas únicas mulheres do país donas de uma cimenteira mas, mais do que uma originalidade, procuravam o êxito. Conseguiram. Relatam, contentes: "Hoje, já temos 250 funcionários e calculamos que, indiretamente, criamos quatro vezes mais. Todo o ambiente económico é diferente. Vamos continuar a crescer."
Foram homenageadas pelo Governo e até tiveram direito a uma visita pessoal ao Presidente da República. Não, não foi a Cavaco Silva porque esta história de duas portuguesas passa-se nos Estados Unidos e o apoio às pequenas e médias empresas de que elas falam nada tem a ver com os mil milhões de euros que a estatal Caixa Geral de Depósitos anunciou ter para firmas equivalentes mas cujo efeito prático é, simplesmente, desconhecido.
O apoio às pequenas e médias empresas a que Cláudia e Natália recorreram nada tem a ver com a promessa de maio, dada a Vítor Gaspar e noticiada com estardalhaço pelo Governo da senhora Merkel, de a banca e o empresariado alemão irem investir nesse sector empresarial português. De maio até cá o estardalhaço afunilou num estreito sopro de silêncio.  (Ler Artigo Completo)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

"Restaurante de Canibal"

Um canibal estava a andar pela selva e chegou a um restaurante aberto por um outro canibal. Como estava com alguma fome sentou-se e olhou para a ementa.
-Missionário guisado …. 100 Euros
-Explorador frito 200 …. Euros
-político no forno …. 500 Euros
O canibal esperou e perguntou.
-Porque é que o político é muito mais caro que o resto?
O cozinheiro respondeu:

-Já alguma vez tentaste limpar um deles?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Esforço inglório!


Por: Armando Esteves Pereira, director-adjunto; CM
A receita do IRS está a ter um desempenho notável e as famílias entregam diariamente mais sete milhões de euros do que no ano passado ao Fisco.

A sobretaxa e a mudança de escalões justificam esta pressão brutal. O que impressiona mais no encaixe do IRS, um imposto com distribuição injusta, uma vez que sobrecarrega principalmente os trabalhadores por conta de outrem e os pensionistas, e são cada vez menos a pagar muito mais, dado que os trabalhadores que ficaram sem emprego também perderam capacidade contributiva.

O lado trágico é que o aumento da despesa pública torna ingrato e inglório este esforço. Passos Coelho está há mais de dois anos à frente do Governo, a troika já cá está há 28 meses, mas ainda ninguém conseguiu domar a despesa pública, nem as rendas e os interesses que geram muita má despesa. Só se tem visto ataque às pensões e tentativas de corte de salários na Função Pública.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Draghi já fez o nosso orçamento!

Por: Ricardo Costa-J. Expresso
Os leitores escusam de ouvir o que os líderes partidários andam por aí a dizer, durante a campanha eleitoral, sobre o que está em causa nas negociações com a troika. Pelo menos, escusam de ouvir aquela parte do défice, em que Portas pede sempre mais qualquer coisa e Seguro um pouco mais ainda. Não é que eles não tenham razão - uma folga no défice fazia muita falta - ou que o futuro venha a mostrar que estão certos, já que é bem natural que essa folga nos seja dada a posteriori. Mas o que agora interessa é que a questão foi arrumada de vez. Bastou Mário Draghi falar.
O inglês de Draghi nem sempre é fácil de entender. Mas o que ele diz, como presidente do BCE, é de uma clareza absoluta. Foi assim que há uns tempos acalmou os mercados que apostavam tudo no resgate de Itália e Espanha. E foi assim que, ontem, resolveu o nosso Orçamento de Estado.
O que Mário Draghi disse foi muito simples. Para o BCE qualquer revisão da meta do défice para 2014 será percecionada de forma negativa pelos mercados e impedirá qualquer descida dos juros da dívida portuguesa no mercado secundário. E a prioridade do BCE em relação a Portugal é fazer tudo para que os juros baixem.
Nem Draghi nem o BCE têm mandato para se preocupar com metas do défice. Mas as coisas na Europa andam tão confusas que todos falam sobre temas que não são da sua alçada. A diferença é que quando Draghi fala as coisas acontecem. Desde ontem passou a ser oficial que o nosso Orçamento de Estado terá uma meta de 4%.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Dois neurónios no crânio!

Vasco Pulido Valente, J. Público

O sr. Pedro Passos Coelho, excepto pelas guerras da JSD, nunca fez nada que particularmente o distinguisse. E, fora um pobre curso de Economia numa universidade privada, teve uma carreira escolar sobre o medíocre. Não sei, por exemplo, se fala inglês com alguma fluência e correcção, mas dizem por aí que não e que, nas conferências a que vai na Europa, acaba sempre por fazer uma figura penosa. Esta ignorância - se por acaso existe - seria, em princípio, só com ele. Mas passou a ser com todo o país, a partir do momento em que o Governo tornou o Inglês no 1.º ciclo do básico uma disciplina facultativa que cada escola fornecerá ou não a seu arbítrio às crianças que a frequentam: apesar de 90 por cento dos pais (e, em certas zonas, 95 por cento) estarem em desacordo com esta medida estúpida e ridícula.

domingo, 22 de setembro de 2013

Portas e escadas!

Por: Joana Amaral Dias, Docente Universitária
Muito satisfeito consigo mesmo, Portas alardeia que existem indicadores positivos na economia, que "já saímos do fundo e estamos a começar a subir a escada".
Propaganda eleitoral tem limites. Diz que estamos a subir a escada enquanto rouba as pensões e os cortes vão incidir nos mais pobres? Subir a escada? Só se for a escada da morte da pedreira de Mauthausen. Os prisioneiros trepavam 186 degraus carregando blocos de 50 kg. Uns morriam de exaustão e caíam. Outros, por efeito dominó, eram derrubados e também encontravam a morte.

Lembram-se das palavras de Portas sobre a TSU dos pensionistas? "Cisma grisalho" e "a linha vermelha que não posso deixar passar"? Quatro meses volvidos, um cargo de vice-PM no bolso, uma compulsão em acelerar quando o semáforo está ao rubro, e zás: 346 mil pensionistas a tombar. Pois, trata-se de alguém que fez a sua carreira política com base nessa habilidade de trocar de pele como quem troca de casaca. Mas este será um daqueles casos em que a vantagem vira veneno, o que é possível – e muito desejável – que conste no seu epitáfio político.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Visão opaca ou distração elevada?

Dois amigos estão no bar, quando um deles diz:
- Estás a ver aqueles dois velhos a beber na outra mesa?... daqui a uns vinte anos estaremos assim.
O outro olhou e disse:

-Amigo, é melhor parares de beber. Aquilo é um espelho, porra!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A ministra mentiu vergonhosamente!


Por: Ana Sá Lopes, jornal i
O passado da ministra das Finanças em matéria de swaps tornou-se grotesco.
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, é um dos principais rostos de Portugal perante “os nossos credores” ou “aqueles senhores” (quer optemos por qualificar a troika na versão Passos ou na versão Portas). Maria Luís Albuquerque tem como responsabilidade perante as instâncias Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI mostrar a “credibilidade do país”. Infelizmente, Maria Luís Albuquerque não tem qualquer credibilidade a mostrar.
Se já se tinha percebido que o monstro das swaps tinha atingido a ministra profundamente, um novo dado ontem revelado na Comissão de Inquérito do parlamento veio demonstrar como a relação de Maria Luís Albuquerque com a verdade é uma coisa impossível no que a esta matéria diz respeito.
Os políticos, a começar nos políticos da oposição, fogem à utilização do verbo “mentir” e preferem usar uma expressão mais caridosa que é “faltar à verdade”. Mentir é uma coisa desonesta, “faltar à verdade” pode ser uma falha conjuntural – de memória ou de omissão. Os políticos odeiam acusar-se uns aos outros de terem sido efectivamente desonestos (embora disponham de imunidade parlamentar exactamente para denunciar com todas as letras aquilo que pensam configurar uma desonestidade). Até aqui, Maria Luís Albuquerque conseguiu manter-se inabalável no seu posto, apesar de ter sido provado que “faltou à verdade”.
Ontem, Almerindo Marques afirmou na Comissão de Inquérito que a técnica responsável pelo parecer positivo do Instituto de Gestão e do Crédito Público (IGCP) a um swap das Estradas de Portugal foi precisamente Maria Luís Albuquerque, a actual ministra das Finanças que mais tarde defenderia o seu cancelamento.
Acontece que tempos antes, na mesma comissão, quando ainda não tinha sido promovida a ministra, a então secretária de Estado do Tesouro Maria Luís Albuquerque afirmou que enquanto trabalhou no IGCP não foi responsável por nenhum swap. “Gostaria apenas de esclarecer que no IGCP as minhas funções nunca passaram por esta matéria mas pelas emissões de dívida. Portanto, enquanto estive no IGCP nunca tive qualquer contacto com swaps, nem do IGCP nem de natureza nenhuma”.

As “discrepâncias” que fizeram cair o secretário de Estado Joaquim Pais Jorge não são nada comparadas com esta discrepância muito maior: uma ministra das Finanças cujo passado profissional em matéria de swaps nunca foi claro e agora se tornou grotesco.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Anedota premiada!

 -Bom dia, é da recepção?
Eu gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre os doentes.
Queria saber se determinada pessoa está melhor ou se piorou...
- Qual é o nome do doente'
Chama-se Celso e está no quarto 302.
- Um momentinho, vou transferir a chamada para o sector de enfermagem...
- Bom dia, sou a enfermeira Lourdes. O que deseja?
-Gostaria de saber as condições clínicas do doente Celso do 302, por favor!
- Um minuto, vou localizar o médico de serviço.
- Aqui é o Dr. Carlos, de serviço. Em que posso ser-lhe útil?
-Olá, Sr. Doutor; precisaria que alguém me informasse sobre o estado de saúde do Celso que está internado há três semanas no quarto 302.
- Ok, vou consultar a ficha do doente... Só um instante!
- Ora aqui está: ele alimentou-se bem hoje, a tensão arterial e a pulsação estão estáveis, responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado do monitor cardíaco até amanhã.
 - Continuando bem, o médico responsável dar-lhe-á alta em três dias.
-Ahhhh, Graças a Deus! São notícias óptimas! Que alegria!
- Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, certamente da família!?
-Não, sou o próprio Celso que telefona daqui do 302!!! É que todo mundo entra e sai do quarto e ninguém me diz a ponta de um corno... só queria saber se estava melhor!!!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Residente da República!

Paulo Morais, Professor Universitário – CM
Este regime constitucional está agonizante: a Assembleia da República, sede da democracia, abastardou-se, os governantes mentem todos os dias, o povo tem sede duma justiça que nunca chega. O representante máximo do sistema, Cavaco Silva, já não exerce as suas funções presidenciais.
Ao Parlamento está atribuída a função constitucional de legislar. Mas os deputados entretêm-se apenas a fazer negócios. Várias dezenas acumulam a função parlamentar com a de administrador, diretor ou consultor de grupos económicos que beneficiam de favores do estado. Os restantes pactuam com esta promiscuidade. A Assembleia também não fiscaliza, como lhe competiria, a atividade governativa. Os deputados da maioria apoiam acriticamente as atitudes do governo, os da oposição são cadeias de transmissão das direções partidárias, os grupos parlamentares estão reduzidos à condição de claques. Entretanto, a legislação de maior relevância económica é produzida nas grandes sociedades de advogados. Os seus associados apresentam-se nos tribunais a litigar com base em leis que eles próprios produziram, violando o princípio constitucional da separação de poderes.
O governo, esse, está sem rumo. As medidas mais relevantes deste executivo são contrárias ao que Passos Coelho havia prometido em campanha, rompem o compromisso assumido com o eleitorado. Passos mentiu-nos e é, afinal, um mero seguidor das políticas de José Sócrates: reduz pensões e salários, fustiga cidadãos e empresas com impostos. Continua a beneficiar os bancos, aos quais garante elevada remuneração pela dívida pública e fundos para recapitalização; mantém os privilégios dos especuladores imobiliários, nomeadamente isenções fiscais, a nível de IMI e IMT. Garante taxas de rentabilidade obscenas nas parcerias público-privadas
Entretanto, o sistema judicial claudica. Sem independência e sem meios, revela-se incapaz de combater a corrupção que sequestrou o regime.

Só uma intervenção da Presidência da República poderia agora desencadear um processo de regeneração. Mas o residente de Belém, que jurou a Constituição e é o responsável pelo regular funcionamento das instituições, assiste, imóvel, ao estertor desta democracia moribunda.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Costa dos mosquitos!

Eduardo Dâmaso, Diretor-adjunto; CM

Com tanto desastre que flagelou este ano o Algarve, já é um lugar-comum dizer que se arrisca a ficar conhecido como a costa dos mosquitos.
Os mais otimistas encontrarão explicações nas bizarrias do clima.
A realidade, porém, não aconselha otimismos.
Quem viu o lixo amontoado nas ruas, águas paradas e infectas não se pode contentar com o clima. Em tempo de eleições e obras de fachada, urge questionar e sancionar um poder político paralisado pela incompetência. É aí que se encontram explicações e acautelam catástrofes futuras. Por via do voto e da cidadania, o único poder dos que não têm poder.

O Algarve é demasiado precioso para ficar apenas nas mãos dos políticos.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Chave dupla ou fechadura falseada?

O Joãozinho pergunta ao pai:
-Pai, o que é que a mãe tem entre as pernas?
-O paraíso, meu filho…
O garoto pergunta novamente:
-E o que é que o Senhor, meu Pai, tem entre as suas?
-A chave do paraíso…
-Então dou-lhe um conselho meu pai…, mude a fechadura! O nosso vizinho tem uma cópia!