Por: Pedro Tadeu-DN
Cláudia e Natália, 45 e 41 anos,
estavam à frente da firma de construção civil herdada do pai quando a crise
estalou. Contam que, de repente, deixaram de ter clientes, perderam o crédito bancário
e despediram 250 trabalhadores. Ficaram com 150. Isto foi em 2008. Agora
gabam-se de ter conseguido expandir o negócio e de a firma viver em
prosperidade. Não leram como foi? Eu conto.
O Governo, dizia a notícia, abriu uma
linha de crédito de 1,1 mil milhões de euros para apoiar as pequenas e médias
empresas. Esse apoio foi utilizado pelas irmãs como garantia para obter
empréstimos bancários. Compraram uma fábrica de cimento.
Passaram a ser a única empresa
familiar e as duas únicas mulheres do país donas de uma cimenteira mas, mais do
que uma originalidade, procuravam o êxito. Conseguiram. Relatam, contentes:
"Hoje, já temos 250 funcionários e calculamos que, indiretamente, criamos
quatro vezes mais. Todo o ambiente económico é diferente. Vamos continuar a
crescer."
Foram homenageadas pelo Governo e até
tiveram direito a uma visita pessoal ao Presidente da República. Não, não foi a
Cavaco Silva porque esta história de duas portuguesas passa-se nos Estados
Unidos e o apoio às pequenas e médias empresas de que elas falam nada tem a ver
com os mil milhões de euros que a estatal Caixa Geral de Depósitos anunciou ter
para firmas equivalentes mas cujo efeito prático é, simplesmente, desconhecido.
O apoio às pequenas e médias empresas
a que Cláudia e Natália recorreram nada tem a ver com a promessa de maio, dada
a Vítor Gaspar e noticiada com estardalhaço pelo Governo da senhora Merkel, de
a banca e o empresariado alemão irem investir nesse sector empresarial
português. De maio até cá o estardalhaço afunilou num estreito sopro de
silêncio. (Ler Artigo Completo)
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