sexta-feira, 30 de março de 2012

Ilha de S. Miguel, Açores, Portugal

Recessão será pior que o previsto!

Consultando as previsões económicas das cinco principais instituições financeiras, ficamos a saber que tudo agrava o “fado” do português.

Conheça os números;

"E tudo a bem da Nação"!...



(Cópia de artigo no Diário Económico por João Paulo Guerra)
Há dois aspectos em que a situação política no País nos dias que correm se assemelha perigosamente ao que se passava em Portugal no prenúncio da ditadura.

Um deles é a sofreguidão do patronato que já tem tudo mas quer sempre mais alguma coisa. Outra é a pesporrência da Polícia. Ainda ontem os jornais davam conta da insatisfação dos patrões com as novas leis laborais. Ao mesmo tempo, um relatório da PSP expunha a estratégia para combater as "notícias menos positivas".

Nos anos 20 do século passado, a Confederação Patronal e a União dos Trabalhadores extremaram posições em relação às lutas e direitos das classes trabalhadoras, esticando a corda até que a tropa veio por aí abaixo pôr ordem no caos reinante. O que mais incomodava as associações patronais eram as greves, chegando alguns patrões a propor o recurso a actos de terrorismo para acabar de vez com o direito à greve.

Hoje, com as novas leis laborais, o patronato vai despedir a seu bel-prazer e barato, vai pagar as horas extraordinárias por metade. Mas quer mais. Quer acabar com aquilo que um aparelhista da JSD designa por "ditadura dos direitos adquiridos". Os trabalhadores resistem, fazem greve, desfilam em manifestações e cai-lhes a Policia em cima. Ao mesmo tempo, e depois de um conhecido gestor preconizar uma "informação filtrada", "a bem da Nação", a Policia vem dizer que considera sua atribuição estabelecer uma estratégia para combater "as notícias menos positivas". Mas as atribuições da Polícia estão na Constituição da República e não contemplam nada que se pareça com o combate a notícias menos positivas, vulgo Censura.

Parece que há quem queira repetir a história. Talvez para acabar com a ditadura... da democracia.

Joaopaulo.guerra@economico.pt

quinta-feira, 29 de março de 2012

Você sabe com quem está falando?...













Para aqueles que julgam que o mundo é todo seu e se olham como uns gigantes, a palestra deste Brasileiro (em 2007) mostra como não passam de simples vaidosos.

É uma lição de vida e com alguma piada… (clicar para ver)

Mas que grandes negociantes!




















“Nos elementos recolhidos pela TVI, junto de diversas fontes é já possível começar a perceber a fraude de grandes dimensões que, na última quinta-feira, levou mais de cem agentes da PJ a fazer buscas em farmácias. O império envolve compras em cascata, muitos milhões por pagar e ainda jóias, barcos e carros de luxo”

Se como negociante é assim…olha se fosse político?
Quando chegasse aos 50 anos era dono do banco de Portugal. (clicar para ter artigo complecto)

terça-feira, 27 de março de 2012

Não pensam em estudar?! Não estudem!

Com a criatividade que por vezes aparece, dá para esquecer momentaneamente a crise que está a atingir este rectângulo da Europa.

Vendo este filme, confirma-se que o humor continua!

Fechar de fronteiras

Todas as tardes fecha a fronteira entre a Índia e o Paquistão.

Comparável ao render da guarda de um palácio real, é oferecido um espectáculo com um ritual original e digno de se ver!

Vamos rir...

domingo, 25 de março de 2012

Chuva...

Com uma situação se seca elevada, é bom ouvir alguns destes sons.

Carta aberta



Carta a professores, alunos, pais, governantes, cidadãos e quaisquer outros que possam sentir-se tocados e identificados.

por  Sara Fidalgo a Sexta-feira, 9 de Março de 2012 às 11:21 ·





As reformas na educação estão na boca do mundo há mais anos do que os que conseguimos recordar, chegando ao ponto de nem sabermos como começaram nem de onde vieram. Confessando, sou apenas uma das que passou das aulas de uma hora para as aulas de noventa minutos e achei aquilo um disparate total. Tirava-nos intervalos, tirava-nos momentos de caçadinhas e de saltar à corda e obrigava-nos a estar mais tempo sentados a ouvir sobre reis, rios, palavras estrangeiras e números primos.




Depois veio o secundário e deixámos de ter “folgas” porque passou a haver professores que tinham que substituir os que faltavam e nós ficávamos tristes. Não era porque não queríamos aprender, era porque as

“aulas de substituição” nos cansavam mais do que as outras. Os professores não nos conheciam, abusávamos deles e era como voltar ao zero.

Eu era pequenina. E nunca me passou pela cabeça pensar no lado dos professores. Até ao dia 1 de Março.




Foi o culminar de tudo. Durante semanas e semanas ouvi a minha mãe, uma das melhores professoras de Inglês que conheci, o meu pilar, a minha luz, a minha companhia, a encher a boca séria com a palavra depressão. A seguir vinham os tremores, as preocupações, as queixas de pais, as crianças a quem não conseguimos chamar crianças porque são tão indisciplinadas que parece que lhes falta a meninice. Acreditem ou não, há pais que não sabem o que estão a criar. Como dizia um amigo meu: “Antigamente, fazíamos asneiras na escola e quando chegávamos a casa levávamos uma chapada do pai ou da mãe. Hoje, os miúdos fazem asneiras e os pais vão à escola para dar a dita chapada nos professores”.

Sim, nos professores. Aqueles que tomam conta de tantos filhos cujos pais não têm tempo nem paciência para os educar. Sim, os professores que fazem de nós adultos competentes, formados, civilizados. Ou faziam, porque agora não conseguem.

 

A minha mãe levou a maior chapada de todas e não resistiu. Desculpem o dramatismo mas a escola, o sistema educativo, a educação especial, a educação sexual, as provas de aferição e toda aquela enormidade de coisas que não consigo sequer enumerar, levaram deste mundo uma das melhores pessoas que por cá andou. E revolta-me não conseguir fazer-lhe justiça.




Professores e responsáveis pela educação, espero que leiam isto e acordem, revoltem-se, manifestem-se (ainda mais) mas, sobretudo e acima de qualquer outra coisa, conversem e ajudem-se uns aos outros. Levem a história da minha mãe para as bocas do mundo, para as conversas na sala dos professores e nos intervalos, a história de uma mulher maravilhosa que se suicidou não por causa de uma vida instável, não por causa de uma família desestruturada, não por dificuldades económicas, não por desgostos amorosos mas por causa de um trabalho que amava, ao qual se dedicou de alma e coração durante 36 anos.




De todos os problemas que a minha mãe teve no trabalho desde que me conheço (todos os temos, todos os conhecemos), nunca ouvi a palavra

“incapaz” sair da boca dela. Nunca a vi tão indefesa, nunca a conheci como desistente, nunca pensei ouvir “ando a enganar-me a mim mesma e não sei ser professora”. Mas era verdade. Ela soube. Ela foi. Ela ensinou centenas de crianças, ela riu, ela fez o pino no meio da sala de aulas, ela escreveu em quadros a giz e depois em quadros electrónicos. Ela aprendeu as novas tecnologias. O que ela não aprendeu foi a suportar a carga imensa e descabida que lhe puseram sobre os ombros sem sentido rigorosamente nenhum. Eu, pelo menos, não o consigo ver.




E, assim, me manifesto contra toda esta gentinha que desvaloriza os professores mais velhos, que os destrói e os obriga a adaptarem-se a uma realidade que nunca conheceram. E tudo isto de um momento para o outro, sem qualquer tipo de preparação ou ajuda.




Esta, sim, é a minha maneira de me revoltar contra aquilo que a minha mãe não teve forças para combater. Quem me dera ter conseguido aliviá-la, tirar-lhe aquela carga estupidamente pesada e que ninguém, a não ser quem a vive, compreende. Eu vivi através dela e nunca cheguei a compreender. Professores, ajudem-se. Conversem. E, acima de tudo, não

 

deixem que a educação seja um fardo em vez de ser a profissão que vocês escolheram com tanto amor.

Pensem no amor. E, com ele, honrem a vida maravilhosa que a minha mãe teve, até não poder mais.



Sara Fidalgo




P.S. - Não posso deixar de agradecer a todos os que nos ajudaram neste momento de dor *

sábado, 24 de março de 2012

Cabine de electricidade no meio da rua

(Cidadão Repórter; Marcos Martins – J.Notícias)


Uma rua em Ermesinde, com apenas alguns meses, tem uma cabine de electricidade em plena estrada. A coisa no mínimo insólita...

Quando a rua foi feita, a cabine de electricidade já existia no local.

As pessoas que circulam na faixa da direita chegam ao cruzamento e têm de parar devido ao obstáculo no meio.

Mas ainda dá mais vontade de rir, porque quem vem na rua perpendicular tem stop, tanto quem desce como quem vai a subir.

Os partidos políticos aqui andam todos a cabeçada com coisas parvas e não conseguem ver uma coisa tão fácil e lógica.

RAI mostra Portugal da austeridade, dos pobres e dos ricos.

(Jornal Negócios)

Portugal visto de fora: RAI Tre mostra o país da pobreza e das desigualdades, dos desalojados às casas de luxo, dos hospitais sem medicamentos e dos salários em atraso. O Negócios participa na reportagem da televisão italiana, em que Mário Soares acusa a Alemanha de esquecer-se de duas guerras mundiais que provocou. Retrato de um país entristecido.

“Presa Diretta” é um programa semanal de reportagem de grande audiência da estação italiana RAI Tre. Esta semana, o programa incluiu uma reportagem em Portugal, que a jornalista Lisa Lotti visitou no início deste mês, visitando praças, a Feira da Ladra, restaurantes, lojas de ouro, Alfama, casas de pobres, casas de ricos, hospitais, os escritórios de Mário Soares e também a redacção do Negócios.

“A feira da ladra será o último negócio a falir em Portugal”, diz um feirante. A reportagem reúne testemunhos de pobreza, de austeridade, de fábricas vazias na margem sul do Tejo, da fila enorme para pedir subsídio na
Segurança Social, de cantinas, do Banco Alimentar contra a Fome, dos salários em atraso de quem, assim, não paga a renda e será despejado. “Há em Portugal mais de um milhão de famílias em risco de perder as suas casas”, diz Romão Lavadinho, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonense. É, também, o retrato da desigualdade, “dos portugueses riquíssimos”, das moradias de luxo de Cascais e da Quinta da Marinha, dos campos de golfe...
.(ver tudo - inclui vídios) 

quarta-feira, 21 de março de 2012

Especial reformado


As pessoas que ainda trabalham, muitas vezes perguntam-me o que é que eu faço todos os dias, agora que estou reformado...

Bem, por exemplo, no outro dia eu fui ao centro da cidade tratar de um assunto com o meu banco, não demorei muito, foi uma questão de cinco minutos.
Quando saí, um Polícia estava preenchendo uma multa por estacionamento indevido.
Eu, rapidamente aproximei-me dele e disse-lhe:

-Vá lá, senhor guarda, eu não demorei mais que cinco minutos...!
Deus irá recompensá-lo se tiver um pequeno gesto para com um reformado...

Ele ignorou-me completamente e continuou a preencher o formulário.
A verdade é que passei-me um pouco e disse-lhe que devia ter vergonha.
Ele olhou-me friamente e começou a preencher outra infracção alegando que também não tinha a vinheta comprovativa do seguro.
Então eu levantei a minha voz para lhe dizer que já tinha percebido que estava a lidar com um polícia idiota, e que nem compreendia como é que ele tinha sido admitido na polícia de trânsito...
Ele terminou de autuar pela segunda infracção, colocando-a no pára-brisas, e começou com um terceiro preenchimento.
Eu já o estava a chatear há mais de 20 minutos, chamando-o de tudo...
Ele, a cada insulto, respondia com uma nova infracção e consequente preenchimento da respectiva multa acompanhada de um sorriso que reflectia uma satisfação de vingança...
Depois da décima violação,
disse-lhe:
- Tenho pena mas tenho que me ir embora... vem ali o meu autocarro!
Desde que me reformei, estou testando as minhas capacidades para ter um pouco mais de diversão.
Na minha idade há que fazer alguma coisa... para não me aborrecer!

terça-feira, 20 de março de 2012

Nada mais certo!


"DINHEIRO FAZ HOMENS RICOS,   O CONHECIMENTO, HOMENS SÁBIOS E A  HUMILDADE FAZ GRANDES HOMENS!!!"

Existem  pessoas que não tem absolutamente nada, mas porque ocupam um determinado cargo em alguma grande, média ou pequena empresa, acham-se no direito de se sentirem superiores aos demais.
 Na verdade são pequenos e só conseguem sentir – se grandes, humilhando, pisando, tripudiando o seu semelhante. Isso está sendo plantado em muitas empresas e o que colhem são pessoas amargas, doentes e determinadas a vencer a qualquer preço.
 Na verdade se tornam pessoas infelizes e incapazes de realizações simples. Observem as fotos abaixo; o homem mais poderoso do mundo aproveitando momentos que muitos repudiariam, zombariam ou simplesmente achariam de péssimo gosto agir dessa forma. Ele é um ser humano como qualquer outro, tem anseios, necessidades, amor, tristezas, desilusões, aborrecimentos e tudo o que qualquer mortal possa sentir, mas ele sabe usufruir de momentos raros que jamais voltarão.

“Não é riqueza ou o dinheiro que nos trazem felicidade, e sim a interpretação da vida”

VALERÁ A PENA A ARROGÂNCIA DE UNS, EM DETRIMENTO DA TÃO PEQUENA VIDA QUE TEMOS ?!.........


(As tvs de Portugal só “dão”o Sr. Aníbal com as vacas)

domingo, 18 de março de 2012

Desabafo







(texto recebido por e-mail, cujo conteúdo está muito actual)



Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa: - A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigos do ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse:
- Não havia essa mania verde no meu tempo.
O empregado respondeu:
- Esse é exactamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com nosso ambiente.
- Você está certo - responde a velha senhora -
nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente.


Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas umas tantas outras vezes. Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo.
Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões. Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com ambiente.
Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas. Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias.
Naquela época só tínhamos apenas uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha um ecrã do tamanho de um lenço, não um ecrã do tamanho de um estádio, que depois será descartado como???
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas eléctricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo,
não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina para cortar a relva, utilizava-se uma tesoura para relva que exigia músculos. O exercício era extraordinário e não precisava ir a um ginásio usar máquinas que também funcionam a electricidade.
Mas você tem razão:
não havia naquela época preocupação com o ambiente.
Bebíamos directamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora enchem os oceanos.
Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Abandonamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos "descartáveis" e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.

Na verdade, tivemos uma grande mania verde naquela época.
Naqueles dias as pessoas apanhavam o carro eléctrico ou o autocarro e os meninos iam nas suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não dá até vontade de rir que a actual geração fale tanto em ambiente, mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época???

Exercícios

Muito fáceis de fazer. Uma sessão diária pela manhã e a agilidade volta de novo.

domingo, 11 de março de 2012

O homem da caixa!

Nesta semana





Nesta semana o país reparou que não estão à venda apenas as empresas públicas constantes no memorando da troika, neste país tudo parece estar à venda. Desde logo soube-se que o corajoso Álvaro recuou na sua ameaça de se demitir e a comunicação rapidamente soube o preço do ministro, um tacho na OCDE para o modesto professor de Vancouver. Soube-se igualmente que o secretário de Estado dos Transportes anda a concorrer em generosidade social com o Lambretas, contra o parecer das Estradas de Portugal vendeu a credibilidade do seu governo por uma gorjeta de quatro milhões. Mais barato está Cavaco Silva que tentou recuperar a sua honra que tem estado no prego a troco de um golpe baixo a José Sócrates. Neste pobre país impedido de ir aos mercados transformou-se num imensa Feira da Ladra, ou como a moda é Angola num imenso Roque Santeiro onde tudo se compra e tudo se vende, como sucede ano Elefante Branco tudo tem o seu preço.
 
A reacção do governo à denuncia da gorjeta concedida por um secretário de Estado do Álvaro foi muito original, primeiro tentou ludibriar os portugueses e quando todos perceberam a verdade em vez de questionar a competência e honestidade de um secretário de Estado que abusivamente concedeu a gorjeta desata a questionar os que no cumprimento do seu dever tinham recusado dar a gorjeta. Ficamos a saber que quem tem de responder não é o incompetente, são os que cumpriram com a sua obrigação de defender os interesses do país. Agora são demitidos para que no seu lugar o tal secretário de Estado coloque amigos que não se oponham às suas gorjetas.
 
Quem não consegue escapar aos cortes de vencimento que levante o braço! Este pode ser o lema do Vítor Gaspar, quase todos os dias se fica a saber de mais uma entidade que se escapa à austeridade comprovando que as medidas do Gaspar não são para todos. Quem deve estar a dar voltas na tumba é Oliveira Salazar, quando se esperava que tinha um pupilo nas Finanças percebe-se que lhe falta a coerência, é ideologia a mais e princípios a menos.
 
Gaspar não levantou os cortes aos magistrados do Ministério Público mas isso não impediu que realizassem um congresso de luxo num hotel de cinco estrelas no Algarve, o dinheiro foi tanto que deu para dar borlas aos jornalistas e proporcionar um fim de semana em beleza aos acompanhantes. Mas não foi o Gaspar que deu o dinheiro e muito menos o generoso secretário de Estado dos Transportes. O dinheiro veio da banca sob a forma de gorjetas dadas a troco de patrocínios. Agora resta que quando a banca for a julgamento haja algum magistrado não sindicalizado para representar os interesses da República.
 
Velho, cansado, sem grande prestígio e com os portugueses a ignorá-lo o Presidente da República quase não tem forma de ajudar o governo do seu partido, um governo que foi eleito com a sua preciosa ajuda, num tempo em que o país ainda tinha respeito por Belém. Sem alternativas Cavaco sacrifica-se a si próprio, cada vez que o governo está em dificuldades inventa um disparate para distrair os portugueses, já tinha sucedido com as suas dificuldades financeiras, volta a suceder com um ataque sem classe ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. Por este andar o ministro Lambretas ainda conclui que o Palácio de Belém está a ser mal utilizado, da mesma forma que alterou a lei para que os velhos possam ser empilhados nos lares, ainda vai propor a alteração da Constituição, com um palácio tão grande é possível empilhar uma meia dúzia de velhos presidentes.
Texto “roubado” ao Blogue jumento

sexta-feira, 9 de março de 2012

"A defesa da dignidade"


Carta do Coronel Vasco Lourenço ao Ministro da Defesa, sobre as declarações de Aguiar Branco.

Na senda de intervenções de outros responsáveis políticos, o ministro da Defesa Nacional veio prestar declarações que espantam por denotarem enorme falta de consideração para com os portugueses, em geral, ou alguns em particular.

Com efeito, depois das lamentações do Presidente da República, no que concerne às suas “diminutas” reformas, ele que optara pelas mesmas em detrimento do vencimento de PR, o que nada dignifica a função; depois dos conselhos do primeiro-ministro, aos jovens desempregados para emigrarem e irem à procura de emprego noutro país; depois das diversas declarações do ministro da Economia, onde ressaltou a dos pastéis de nata; vem o ministro da Defesa Nacional sugerir aos militares que não sintam vocação para isso, a procura de outra carreira.

Até parece que estamos a assistir a um concurso de asneiras e anedotas, protagonizado por quem nos (des) governa! Que demonstra, em minha opinião, a enorme falta de respeito e consideração que os seus concidadãos lhes merecem.

Que continua, quando o primeiro-ministro não hesita em nos chamar, ainda que de forma indirecta, piegas e preguiçosos a todos…
Voltemos às declarações de Aguiar Branco, pela enorme gravidade das mesmas.

Não há dinheiro, por isso estas Forças Armadas são insustentáveis!

Não, senhor ministro! O dinheiro existe, está é mal parado, mal distribuído e em más mãos! A falta de dinheiro tem sido, aliás, a grande palavra de ordem que os governantes utilizam para justificar todas as medidas que tomam! Nada mais errado, como diriam muitos economistas: o dinheiro existe, tem é de ser melhor distribuído e utilizado.

E, aqui, chegamos já a um dos pontos que mais irritaram o senhor MDN e o levou a acusar as associações socioprofissionais de militares a estarem a fazer política partidária. Para ele, salientar o escândalo do BPN e das PPP é um crime de lesa-pátria.

Para ele, salientar dois dos exemplos maiores da enorme prática da corrupção em Portugal, que nos trouxe ao actual estado de coisas é inaceitável, porque feito por quem deve ouvir, calar e obedecer!

Como é igualmente inaceitável para ele que patriotas, que amam o seu País e respeitam a sua História, se manifestem contra a descaracterização da mesma, a insensibilidade, quanto aos valores, demonstradas com a abolição de datas históricas como feriados nacionais, tudo feito de forma absolutamente demagógica.

Como também considerou inaceitável, tentando colar às associações socioprofissionais o carimbo de partidárias, o facto de as mesmas se pronunciarem

sobre as condições salariais da Função Pública.
Oh, senhor ministro, no mínimo haja honestidade intelectual: então se os governos têm vindo sucessivamente a destruir a condição militar, se têm vindo a tratar os militares como simples funcionários públicos – no que aos direitos se refere, pois os deveres continuaram intocáveis – sim, eu sei que afirmou claramente, “de forma implacável na objectividade”, nas suas palavras, que um militar não é um funcionário público.


Pois não, não é, mas é assim que tem vindo a ser tratado, inclusivamente pelo actual ministro da Defesa Nacional, quando (sem falar noutras alterações) lhe impõe a tabela remuneratória da Função Pública e chega ao cúmulo de decidir um retrocesso, sem paralelo no passado, na tabela salarial, só porque a equiparação à Função Pública não tinha sido efectuada, nos moldes em que considerava dever ser feita.

Haja decoro! Se as associações socioprofissionais não podem falar disto, de que podem então falar?

Ao proceder como procedeu, ao procurar atingir os militares através das suas associações socioprofissionais, o senhor ministro ofendeu-nos profundamente, demonstrando uma enorme incapacidade e falta de qualidades para exercer o seu cargo!

Na sua intervenção, teve a lucidez – ou ter-se-á tratado, apenas, de um deslize? – em assumir alguma ignorância, quando afirmou que “tudo está a ser reflectido.

Em alguns casos chegaremos a conclusões diferentes das que hoje existem, noutros perceberemos, pelo menos, o porquê das coisas.”

Pois é, não deveria ter dito o que disse, antes de perceber o porquê das coisas! Sabemos que nem o serviço militar cumpriu, mas isso não justifica que agrida os militares como o fez!

O facto é que se dirigiu a militares com uma vida dedicada à carreira, que não recebem lições de vocação, de verdadeiro sentido de serviço público, de anos de amor desinteressado à sua Pátria, por quem não tem qualquer autoridade moral para o fazer!

Dirigiu-se a militares que se honraram numa guerra sem sentido, imposta pelo poder político, muitos deles agraciados com as mais altas condecorações por feitos em combate!

Dirigiu – se a militares que, apesar de permanentemente desconsiderados, atacados nos direitos próprios da sua condição militar, apesar de verem as condições de actuação cada vez mais difíceis, têm cumprido todas as missões que o poder político lhes determina, mantendo as Forças Armadas, de há vários anos a esta parte, como único instrumento válido da nossa política de relações externas!

Dirigiu-se a militares que se honraram, ao derrubar a ditadura e ao criarem as condições para que Portugal pudesse ser um Estado de direito democrático, com liberdade e com o poder exercido pelos eleitos pela população! Que o fizeram, cumprindo todas as promessas, nomeadamente a de se afastarem do exercício do poder! Numa atitude que, porque inédita em toda a História universal, os enche de

orgulho e lhes dá o estatuto de, no mínimo, exigirem respeito da parte dos que usufruíram e usufruem dos resultados da sua acção!

Sabemos que é difícil compreender este posicionamento, este procedimento desprendido, por quem não compreende o verdadeiro espírito militar.

Mais do que ninguém, os militares, até porque o demonstraram no terreno, de várias maneiras, sabem que ser militar é uma vocação! Não o descobriram agora, como parece ser o caso do senhor MDN.


Não se confunda, senhor ministro: o passado e o presente têm demonstrado que os militares portugueses, apesar de se verem a eles próprios e às Forças Armadas como instituição, cada vez mais desconsiderados e mal tratados, têm cumprido, com sucesso, todas as missões recebidas do poder político, mantendo a Instituição Militar como uma das mais eficientes e prestigiadas de um País que vem caminhando para o abismo!

Questiona-se o senhor ministro sobre se o papel das Forças Armadas deve ser apenas o da defesa.

É uma questão que, por várias vezes tem sido levantada e que, de uma vez por todas, os militares gostariam de ver clarificada.

Aliás, o passado tem-nos demonstrado que são precisamente os militares a procurarem utilizar todas as suas capacidades para servirem o País, nas mais diversas vertentes.

Só que o contexto em que o senhor ministro proferiu esta afirmação, onde deixou claro que aos militares está vedado pensarem, pois se devem limitar a ouvir, calar e cumprir as determinações do poder político, permite-nos levantar as mais terríveis hipóteses sobre a natureza do seu pensamento e das suas intenções.

Clarificando: com o agudizar da situação social a que a actual política inevitavelmente nos conduzirá, não estará o senhor ministro a ver as Forças Armadas como instrumento último para impor as ideias do Governo, mesmo que através de forte repressão à população?

É que é desejável que nos esclareça sobre o que não quis falar na sua intervenção de 1 de Fevereiro: continua a não querer falar das intenções?

Seria desejável que nos esclarecesse sobre um facto essencial: considerando as actuais Forças Armadas insustentáveis, quais as que admite serem sustentáveis?

Não é este o momento para discutir responsabilidades sobre a descaracterização das Forças Armadas que vem sendo feita e que lhe permite afirmar que estas Forças Armadas são insustentáveis.

Mas é forçoso que nos esclareça sobre se o seu “novo modelo” de Forças Armadas visa a solução tipo “menos Forças Armadas, melhores Forças Armadas”, procurando criar as condições para integrar Portugal no que o actual poder do capital procura atingir?

Isto é, passando pela chamada “democracia musculada”, há que criar um novo paradigma, onde ao nosso Estado, como a outros Estados nacionais europeus, caberá a tarefa de “capataz”, de controlo e repressão, de modo a assegurar a “competitividade”, isto é, a assegurar a “orientalização” das condições de trabalho e de vida das populações europeias e a mobilização dos seus recursos para, ao lado do capital financeiro, submeter todo o mundo?

Estaremos dispostos a um destino de servir de “carne para canhão” em futuros conflitos bélicos globais, a exemplo do que aconteceu com outros, em anteriores guerras?

Estarão já os actuais responsáveis decididos a uma ruptura completa com a população portuguesa, integrando-se no projecto cosmopolita da Nova Ordem Internacional Privada, num perfeito papel de novos “Miguéis de Vasconcelos”?


Quero crer que não!

Mas se assim for, como parece ser, o caminho passará por substituir o actual modelo de Forças Armadas – constitucionais, democráticas, etc. –, as tais insustentáveis, por um outro modelo de Forças Armadas viáveis, isto é, sustentáveis. O mesmo é dizer, substituir as Forças Armadas por uma qualquer força armada.

Se de facto assim for, não se iluda, mesmo que algum general lhe diga o contrário: se conhecesse o espírito militar saberia que os militares não confundem subordinação ao poder político legítimo, que aceitam disciplinadamente, com submissão ao mesmo poder que, se chegar a tentar impô-la é sinal inequívoco de que perdeu já essa legitimidade.

Como em meu entender, se passa já, pois mantendo a legalidade, os senhores, ao rasgarem todas as promessas feitas, perderam já a legitimidade conquistada nas eleições.

Tenho presente que, para vocês, a Constituição, os direitos adquiridos, os valores principais, são simples pormenores, simples fait divers, quando está em jogo o interesse e a vontade dos mercados.

Não nos iludamos, é a própria democracia que não tardará a ser por vós considerada um pequeno pormenor. O exemplo grego e italiano aí estão para o provar.

A luta vai ser tremenda e, acredite Sr. ministro, vão ter enormes dificuldades em atingir os objectivos que se propõem.

Desde já, parafraseando-o a si e ao seu chefe de Governo, dir-lhe-ei: como é insustentável, procure outra carreira, emigre!

Vasco Lourenço

(Presidente da Direcção da Associação 25 de Abril)

(Presidente do Conselho Deontológico da Associação de Oficiais das Forças Armadas)

Lisboa, 13 de Fevereiro de 2012