sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Poema matemático

Um Quociente, apaixonou-se um dia, Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base...uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua uma vida paralela à dela.
Até que se encontraram no Infinito.
 "Quem és tu?" Indagou ele com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas podes chamar-me Hipotenusa."
 E de falarem, descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a alma irmãs primos-entre-si.
 E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz.
Numa sexta potenciação traçando
Ao sabor do momento e da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.
 Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram casar-se. Constituir um lar.
Mais que um lar. Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissectriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade Integral e diferencial.

E casaram-se e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.
E foram felizes até àquele dia em que tudo, afinal, se torna monotonia.

Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum...
Frequentador de Círculos Concêntricos. Viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela, uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade. Era o Triângulo, chamado amoroso.
E desse problema ela era a fracção Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser Moralidade
Como aliás, em qualquer Sociedade.

  De autor desconhecido.

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