sábado, 9 de novembro de 2013

O último banquete de Jardim!

Daniel Oliveira-J Exp.
Jardim mandou cobrar as dívidas de várias câmaras municipais à Empresa de Eletricidade da Madeira. Dívidas acumuladas por autarcas do seu partido, que o governo nunca achou importante que fossem regularizadas, porque, como se vê agora, são um importante instrumento de vingança política. Mas não mandou cobrar todas. Apenas a quatro câmaras que a oposição venceu há pouco mais de um mês se exigiu um pagamento imediato que corresponderia ao seu colapso financeiro. Ordenando a execução imediata dessa dívida em caso de não cumprimento. Quanto às da sua cor, pede-se "que se mantenha o esforço de regularização, não deixando derrapar".
Assim, para além de se vingar, Jardim pretende boicotar financeiramente algumas das câmaras que deixaram de ser do PSD. E vingar-se das populações que, na sua cabeça megalómana, o terão traído. Esta estratégia costumava funcionar. Foi assim que o PSD local conseguiu conquistar todas as câmaras: sufocando as populações que se atrevessem a eleger presidentes de câmara de outros partidos. Só que agora mais de metades das autarquias são da oposição. E, entre elas, o Funchal, onde vive a maioria da população da ilha. Jardim terá de se vingar da maioria dos madeirenses.

Claro que nada disto terá qualquer efeito. O tempo da impunidade está quase a chegar ao fim. Duvido que Alberto João Jardim volte a ganhar mais alguma eleição no arquipélago. Quatro décadas depois, a normalidade democrática poderá finalmente ser estabelecida em todo o território nacional. Mas, acima de tudo, sem a imunidade que o tem defendido, veremos como responderá a tudo o que se vai começar a saber sobre tantos anos de abusos. Porque homens que assentam o seu poder na ganância de quem os segue acabam sempre por ser comidos pelos mesmos que alimentaram. Ninguém lhes é leal quando o banquete chega ao fim.

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