Armando
Esteves Pereira, Director-Adjunto-CM
Os
cortes de salários da Função Pública e nas reformas dos beneficiários da Caixa
Geral de Aposentações são as medidas mais drásticas de um Orçamento do Estado
sem esperança.
Os
funcionários do Estado, penalizados por uma medida à antiga albanesa, são
vítimas de não ter havido coragem política para uma verdadeira reforma do
Estado. Mas todos os cidadãos continuarão a suportar o peso do brutal aumento
de impostos de Vítor Gaspar, agravado com mais ajustamentos da pressão fiscal.
O Estado, que este ano volta a não cumprir a meta do défice, continua a levar
cada vez mais percentagem do dinheiro dos contribuintes.
O
governo, que cria uma lotaria para ajudar na luta contra a fuga aos impostos,
mete mão a tributar mais tudo o que mexe, desde os carros a gasóleo, que já são
a maioria do parque automóvel, ao tabaco e às bebidas. Só falta mesmo regressar
o velho imposto sobre os isqueiros, dos tempos de Salazar.
O
Orçamento, que corta salários e pensões, prevê aumentar a receita do IRS acima
do crescimento económico. Com mais desempregados, é um verdadeiro mistério
saber como é que o Fisco vai arrecadar mais dinheiro de cada vez menos
contribuintes reais.
Sobre
este Orçamento paira ainda a Espada de Dâmocles do crivo constitucional. Um
eventual chumbo pode abrir uma Caixa de Pandora de consequências assustadoras,
num país onde a crise financeira do Estado nos empobrece a todos.
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