Artigo deste autor
Passo Coelho não levou amigos, colegas ou parente para o Governo. Está a colocá-los em empresas e outros organismos. O critério é o da competência. Serão apenas pessoas do PSD ou CDS competentes?
Nos momentos de angústia que antecedem a escrita deste artigo, penso nos temas que gostaria de abordar. Podia falar da Jerónimo Martins e de como esta empresa já paga pouco IRC em Portugal (nem precisou de mudar a sede). Falar da televisão digital terrestre e de como o sistema político, em consonância com o económico, não quis mais canais na plataforma gratuita. Falar do empobrecimento de Portugal e de como isso afecta a democracia.
Prefiro falar de outro tema que tem, nos últimos dias (deveria antes dizer anos, décadas?), dominado a actualidade. Nomeações. Tema que serve todos: os demagogos e os que defendem que falar destas coisas é demagogia. Vou fazer demagogia.... Algumas citações: "A nossa preocupação não é levar para o Governo amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes". Nas nomeações "o critério será o da competência das pessoas, sejam ou não do PSD". E ainda: "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". Estas frases dizem tudo. As duas primeiras foram proferidas por Passos Coelho. A última é de Álvaro, o ministro da Economia. Este texto podia ficar por aqui e estava tudo dito.·
Passo Coelho não levou amigos, colegas ou parente para o Governo. Está a colocá-los em empresas e outros organismos. O critério é o da competência. Serão apenas pessoas do PSD ou CDS competentes? E Álvaro Santos Pereira disse tudo. "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". O ministro não disse que não haveria "jobs para boys". Disse que haveria menos... Até cheguei a pensar que haveria menos porque as empresas públicas seriam menos. Mas não. Porque o Estado privatiza a EDP, mas antes que tudo mude... tudo fica na mesma. O Estado não é proprietário, mas é o dono. Percebe-se mal as nomeações políticas para a EDP. Como se percebe mal que ainda seja o Governo a ditar regras de uma empresa supostamente privada. O Conselho Geral e de Supervisão da EDP tem tudo: PSD, CDS, bloco central, BES. E agora percebe-se tudo. Eduardo Catroga negociou pelo PSD o Orçamento do Estado para 2011 e ajudou a fazer o programa eleitoral de Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Braga de Macedo fez o estudo sobre a diplomacia económica para Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Paulo Teixeira Pinto liderou o grupo que apresentou as propostas para uma revisão constitucional do PSD. Também não terá recebido por isso.·
Mas não há de facto almoços grátis. Já sabíamos. Mais tarde ou mais cedo a conta chega. À EDP, como antes à Caixa, já chegou. Tudo muda, para ficar tudo na mesma.
Prefiro falar de outro tema que tem, nos últimos dias (deveria antes dizer anos, décadas?), dominado a actualidade. Nomeações. Tema que serve todos: os demagogos e os que defendem que falar destas coisas é demagogia. Vou fazer demagogia.... Algumas citações: "A nossa preocupação não é levar para o Governo amigos, colegas ou parentes, mas sim os mais competentes". Nas nomeações "o critério será o da competência das pessoas, sejam ou não do PSD". E ainda: "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". Estas frases dizem tudo. As duas primeiras foram proferidas por Passos Coelho. A última é de Álvaro, o ministro da Economia. Este texto podia ficar por aqui e estava tudo dito.·
Passo Coelho não levou amigos, colegas ou parente para o Governo. Está a colocá-los em empresas e outros organismos. O critério é o da competência. Serão apenas pessoas do PSD ou CDS competentes? E Álvaro Santos Pereira disse tudo. "Vamos ter menos ‘jobs’ para os ‘boys’". O ministro não disse que não haveria "jobs para boys". Disse que haveria menos... Até cheguei a pensar que haveria menos porque as empresas públicas seriam menos. Mas não. Porque o Estado privatiza a EDP, mas antes que tudo mude... tudo fica na mesma. O Estado não é proprietário, mas é o dono. Percebe-se mal as nomeações políticas para a EDP. Como se percebe mal que ainda seja o Governo a ditar regras de uma empresa supostamente privada. O Conselho Geral e de Supervisão da EDP tem tudo: PSD, CDS, bloco central, BES. E agora percebe-se tudo. Eduardo Catroga negociou pelo PSD o Orçamento do Estado para 2011 e ajudou a fazer o programa eleitoral de Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Braga de Macedo fez o estudo sobre a diplomacia económica para Passos Coelho. Não foi remunerado por isso. Paulo Teixeira Pinto liderou o grupo que apresentou as propostas para uma revisão constitucional do PSD. Também não terá recebido por isso.·
Mas não há de facto almoços grátis. Já sabíamos. Mais tarde ou mais cedo a conta chega. À EDP, como antes à Caixa, já chegou. Tudo muda, para ficar tudo na mesma.
Sem comentários:
Enviar um comentário