terça-feira, 29 de abril de 2014

Rotura social e governação por anúncio

O recurso às cantinas sociais aumentou 33% num ano. Vai em quase 50 mil pessoas por dia.
Em simultâneo com a afinação da ilustre reforma do Estado e do já famoso DEO – que em substância será a passagem a definitiva de toda a austeridade anunciada como provisória acrescida da eliminação de mais uma série de funcionários públicos –, o governo entrou na fase de lançar anúncios optimistas, enquanto os mais pobres vêem as suas situações agravadas.
A época pré-eleitoral que se vive tem sido explorada pelo executivo não com medidas efectivas de alívio do que quer que seja, mas com o anúncio de que está a preparar decisões concretas para o futuro próximo. É a arte do dois em um. Anuncia-se agora com tambores e trombetas que se vai adoptar uma nova política que favorecerá os mais pobres num futuro relativamente próximo. Remete-se, porém, a concretização para o ano que vem. Há assim dois ganhos possíveis no plano eleitoral: um imediato em véspera de europeias e outro mais para a frente quando se aproximarem as legislativas de 2015 e se efectivarem as medidas. Nada mau para quem se dizia indiferente aos ciclos eleitorais, embora se duvide que a saturada população portuguesa – sejam os pobres, sejam os remediados ou até os da classe média – ainda se deixe embalar por cantos de sereia.
A estratégia comunicacional passa também por anunciar…ler artigo complecto

Eduardo Oliveira Silva, jornal i

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