domingo, 12 de fevereiro de 2012

Austeridade


Por: Pedro Bacelar de Vasconcelos (Opinião-J.N.)

2011 foi o ano de todos os equívocos, com um governo minoritário que obstinadamente recusava dramatizar a gravidade da crise financeira que há muito assolava o país e os portugueses, ao mesmo tempo que ia negociando arduamente a adopção de sucessivos "planos de estabilidade" que impunham sempre novos sacrifícios invariavelmente denunciados como excessivos, em uníssono, por toda a oposição parlamentar e pelo presidente. Precisamente, o Governo caiu em consequência da condenação unânime pelos partidos da Oposição, de um programa de "austeridade" para cuja aprovação, o primeiro-ministro tinha já assegurado o apoio da União Europeia. Ao contrário da Grécia de Papandreou e da Itália de Berlusconi, o presidente português não se bastou com a demissão do Governo e decidiu, em plena crise, dissolver a Assembleia da República eleita há pouco mais de um ano e convocar novas eleições.
E foi assim que chegamos à situação paradoxal de colocar um governo de transição, com meros poderes de gestão e já em campanha eleitoral, a negociar o resgate internacional da dívida soberana portuguesa que entretanto se tornara inadiável! Terminada a "festa" eleitoral, trocamos a "austeridade" alegadamente incompetente, envergonhada e malquerida, de José Sócrates, pela "austeridade" orgulhosamente assumida, crua e redentora, de Passos Coelho. E agora, "sem pieguices", do que nos havemos de queixar? (ver artigo completo)

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