segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A fuga dos investidores

O descalabro do BES e do universo empresarial da família Espírito Santo é uma tragédia que vai custar muito à economia.
E vamos todos pagar a factura. Com menos investimentos e financiamento externo, com menos dinâmica económica e com um custo elevado de desemprego. É pior do que os crimes do BPN. A nacionalização mal conduzida do banco de Oliveira e Costa elevará a conta para mais de 7 mil milhões de euros, mas o impacto externo foi quase nulo. O BPN/SLN era uma estrutura muito portuguesa e os sócios estrangeiros envolvidos não passavam de gangsters da mesma dimensão dos protagonistas lusos envolvidos. Mas o BES representava a elite, era a imagem do melhor de Portugal lá fora. Na intervenção do BES, os franceses do Crédit Agrícole perderam mais de 700 milhões, os brasileiros da Bradesco mais de 300 milhões e há vários fundos com prejuízos milionários. Enganados, não voltam tão cedo a este País. Há ainda o impacto negativo do crédito de 897 milhões da PT à Rioforte. Tudo isto passa para os mercados a imagem de um país de aldrabões, sem Justiça. Qualquer investidor relevante vai indexar Portugal a uma espécie de Serra Leoa, de onde convém fugir.
Armando Esteves Pereira, director-adjunto - CM


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