Um dos grandes
projectos da República foi a instrução. Uma das prioridades deste Governo é a
destruição da escola e a liquidação do ensino, através de todos os meios. Os
professores são enxovalhados, e seis mil dentre eles não encontram ocupação.
Fecham escolas sob a inacreditável afirmação de que os alunos são escassos, e
há miúdos que são obrigados a percorrer dezenas e dezenas de quilómetros a fim
de receber as primeiras letras. Tribunais fecham, e os técnicos afirmam que o
facto acentua a desertificação do País e a sua decadência social e moral.
Estas, as terríveis notícias das últimas horas, aplicadas a um povo que parece
ter-se despojado das mais elementares noções de integridade.
João de Barros
(1496-1570), o das Décadas, o linguista que escreveu a primeira Gramática da
Língua Portuguesa, o sábio que morreu na miséria, como o seu contemporâneo Luís
de Camões [1524(?)-1580], perseguido pela inveja e pela ignorância, escreveu um
desabafo que define Portugal e as suas misérias: «País padrasto, Pátria
madrasta.»
(Ler noticia completa)
Baptista Bastos,
DN
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