quinta-feira, 21 de março de 2013

"Cipriotas 1 - Idiotas 0"

O Parlamento do Chipre rejeitou esta tarde a proposta de taxar os depósitos bancários. Nenhum deputado votou a favor, registaram-se 36 votos contra e 19 abstenções.
A proposta do Governo do Chipre isentava os depósitos bancários inferiores a 20 mil euros da polémica taxa sugerida pelo Eurogrupo, no âmbito do processo de resgate ao país. Mas previa a aplicação de uma taxa de 6,75% para os depósitos entre os 20 mil e os 100 mil euros, e 9,9%, para os depósitos acima dos 100 mil euros."
O que se pretendeu fazer no Chipre tem uma explicação simples: desespero. E em situações desesperadas tomam-se muitas vezes medidas desproporcionadas. Há quem roube para comer, há quem furte bancos e por fim há quem assalte as contas de particulares nos bancos. E foi precisamente nesta última modalidade que o Eurogrupo, numa proposta a roçar a idiotice, tentou actuar. Resgatar um país às custas dos depositantes. E pouco interessa a nacionalidade do depositante ou a origem do dinheiro, interessa sim a (in) justiça da medida. É um roubo, puro e simples.
Acontece que a falta de discernimento que esta proposta encerrava levou à mais do que óbvia conclusão: rotundo falhanço. A proposta, um aborto, felizmente não viu a luz do dia. Nenhum deputado cipriota se atreveria a votar a favor da aplicação de tamanha parvoíce, até porque o Chipre ainda não é Portugal. Cá, temo que a coisa talvez tivesse passado, enquanto se discutiam os silêncios deste, os estados de espírito daquele e as licenciaturas do outro. Cá, tem passado de tudo.
Com isto, provou-se, contudo, um facto simples: os governos dos países pequenos, mero fantoches da zona euro, continuam a ser comandados, gozados, usados e abusados como cobaias pelos países e instituições que controlam a Europa. Uma Europa desmembrada, desacreditada, desorientada, falida e inviável.

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