Baptista Bastos – opinião; Diário de Notícias
Portugal está, novamente, dividido entre "eles" e
"nós." Como no tempo do fascismo nada temos a ver com decisões, não
partilhamos o que nos impingem, desconhecemos o que engendram, ignoram-nos e
desprezam-nos. Não há que escapar à expressão das palavras. A pátria
transformou-se numa instância de encerramento para a maioria dos portugueses, e
quem reina perverteu completamente a natureza do 25 de Abril. O poder do
PSD-CDS não é um meio, mas um fim. Uma cegueira e uma surdez patológicas
caracterizam este governo, cuja classe a que pertence já manifesta, ela
própria, sinais de embaraço e de inquietação.
Demonstrações de protesto e de cólera acompanham os governantes,
para onde quer que vão. O Presidente da República não escapa à ira. É refém da
teia reticular com a qual se cumpliciou, esquecendo os compromissos de honra e
a qualidade imparcial das funções que exerce. As vaias de que é objecto
representam não só um ricochete pelas conivências em que se enredou, mas uma
acusação reiterada às máscaras sob as quais se pretende ocultar...
Artigo complecto
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