quinta-feira, 19 de julho de 2012

Lembrando Pablo Neruda

Morre lentamente (poema)

“Morre lentamente quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.”
Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito e do trabalho,
repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
quem não muda as marcas no supermercado,
não arrisca vestir uma cor nova,
não conversa com quem não conhece.
 Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o “preto no branco” e os “pontos nos is”
a um turbilhão de emoções indomáveis,
justamente as que resgatam o brilho nos olhos,
sorrisos e soluços, coração aos tropeções, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,
quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante,
desistindo de um projeto antes de iniciá-lo,
não tentando um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe. 
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço
muito maior do que o simples ato de respirar.
Estejamos vivos, então!” 





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