sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Bilhete postal

 Conta-se que numa povoação do interior, nos tempos da monarquia, um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de recados e de pequenas esmolas.
 Diariamente chamavam o “idiota” à feira onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas: uma grande, de 400 reis, e outra menor, de 2.000 reis.
 Ele escolhia sempre a moeda maior, a menos valiosa, o que era motivo de risota para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
 – Eu sei – respondeu o tolo – que ela vale cinco vezes menos, mas no dia em que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e nunca mais irei ganhar a minha moeda.
 VÁRIAS CONCLUSÕES:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre o é.
A segunda: Quem são os verdadeiros idiotas?
A terceira: Se formos gananciosos, acabamos por estragar a nossa fonte de rendimentos.
A quarta: É gratificante a percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Assim, o importante não é o que pensam de nós, mas o que realmente somos.
Lição de bom proveito: O maior prazer da pessoa inteligente é fazer-se de idiota, diante do idiota que se julga inteligente.

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