Portugalidade, não Lusofonia.
A Portugalidade existe,
em primeiro lugar, enquanto família de homens e mulheres. Não tem significado
firme; a sua substância e definição variam de local para local, contexto para
contexto, tempo para tempo. Há, contudo, caracteres profundos e estruturantes
que lhe dão forma segura; esses caracteres, que constituem a essência do que é
a Portugalidade, incluem frequentemente a língua, mas não têm de resumir-se a
ela – e nem têm, como tantas vezes sucede, de abrangê-la. Pela Ásia,
inumeráveis comunidades portuguesas sentem-se portuguesas, preservam
características inquestionavelmente lusas e consideram-se emocional, religiosa,
cultural e politicamente relacionadas com Portugal. E não têm, para que assim
seja, de expressar-se no nosso idioma, uma vez que esse, votado a criminoso
abandono de séculos, se perdeu já em grande número delas. Portugalidade, pois,
sim; Lusofonia, não.
A razão de ser da
escolha é, em primeiro lugar, ontológica;
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