Eva Gaspar, J. Negócios
A convicção de que
as gerações seguintes podem, em regra, esperar ter um nível de vida superior ao
das anteriores quando chegam à idade da reforma estará a cair por terra. Um
estudo britânico sugere que esse “salto” ficará cada vez mais reservado a quem
é herdeiro.
Se nasceu na década de
60 ou de 70, o mais provável é que na idade da reforma tenha um nível de vida
inferior ao dos seus pais, a menos que tenha herdado património. Ser herdeiro
deverá, aliás, passar a ser o factor com maior peso para determinar se o nível
de vida dos futuros reformados será ou não melhor face à da actual geração de
aposentados.
Esta é a conclusão para os britânicos de um estudo do institute for Fiscal Studies (IFS), divulgado nesta terça-feira, 17 de Dezembro. “A riqueza
herdada deverá ser o único factor de peso que poderá fazer com que, em média,
os indivíduos nascidos na década de 1960 e 1970 fiquem numa melhor situação na
reforma do que os predecessores”.
O estudo perspectiva a evolução do nível de
vida relativo dos britânicos partindo de constatações que tenderão a ser
observáveis noutros países do mundo desenvolvido.
Refere o IFS que, quando se compara quem
nasceu na década de 60 e 70 com quem nasceu uma década antes, chega-se à
conclusão de que, com a mesma idade, as gerações mais recentes “não levam mais
rendimento para casa, não poupam mais, são menos susceptíveis de serem donos
das casas onde vivem, provavelmente terão uma pensão privada menor e irão
descobrir que os sistemas públicos irão substituir uma porção menor dos seus
anteriores rendimentos”.
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