segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TEREI QUE SER MENDIGO?

Creio que não existe adulto a quem já não assaltasse este pensamento?!...”Quando for velho ou já não puder trabalhar como será?”
Esta interrogação tem muitas direcções. A maturidade do adulto, o grau de formação pessoal, se é um sonhador ou realista, ou até a classe social em que está inserido. Àqueles a quem só os preocupa multiplicar a fortuna seguem pela via rápida; os outros são os que têm direcções diferentes.
No meu caso de aposentado, a interrogação vai para o custo de vida e, onde vai parar a diminuição do bem-estar social para o qual sempre trabalhei.
Sinto alguma confusão com a balbúrdia reinante. O corte de metas traçadas e a queda de sonhos para a obtenção dum viver com dignidade faz-me acreditar na falta duma justiça social.
A frustração é maior quando se fez tudo pela vida: sem delírios, vaidades ou mostras de sucesso individual inexistente. A revolta por ter de pagar o que não gastei e, vendo que se continua a consumir como se nada existisse, está muito elevada.
Vendo anúncios publicitários que são verdadeiras vendas de ilusões e meios de informação/comunicação que só facilitam os abutres do dinheiro e da política duvido que ainda exista travão que faça parar o corroer das poucas condições de vida que ainda existem.
Sem acreditar em “ dias melhores” para os próximos tempos e, vendo que há uma ou duas gerações de portugueses, que continuam a consumir sem respeito pelas dificuldades actuais e futuras (veja-se o número de casas na compra de ouro usado), resta-me a pergunta: terei que ser mendigo? E quem me vai dar esmola?
A.R.