sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Os períodos negros dos últimos 100 anos!

Considero terrivelmente preocupante o rumo que o País está a seguir, à sombra de uma crise que podia ser muito menos penosa, sobretudo para as classes mais desfavorecidas. Depois de 1974 ter-se-ão cometidos alguns erros, mas até 2010 a economia cresceu, a saúde, a educação, a cultura e a investigação científica melhoraram, o desemprego caiu e o País aproximou-se a passos firmes dos melhores níveis europeus, tendo até ultrapassado vários altos índices na Europa. Em 2011/2012, o Estado entregou-se nas mãos de grandes instituições financeiras estrangeiras, que nos impuseram regras para empobrecimento acentuado do nosso património e do nível geral de vida das pessoas, executadas com incompetência e leviandade. São dois períodos negros da história dos nossos últimos 100 anos: os 48 do salazarismo e os três ou quatro de Coelho. Felizmente, hoje as pessoas têm muito mais consciência e saberão lutar por uma política mais madura, inteligente e humana.
Opinião, António Catita - DN

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Num seminário de senhoras...tudo pode "assuceder"!

Um grupo de mulheres reuniu-se num seminário sobre como melhorar a sua vida conjugal.
Em fase introdutória, foi-lhes questionado: “Quais de vós ainda amam os seus maridos?”
– Todas levantaram a mão!
De seguida foram inquiridas sobre qual a última vez que teriam dito aos seus maridos que o amavam
– Algumas responderam “Hoje”, outras “Ontem” a maioria não se recordava!
Por fim fizeram um teste e pediram-lhes que todas agarrassem no respetivo telemóvel e enviassem um sms aos seus maridos dizendo “Amo-te muito querido.”
Depois foi-lhes pedido que mostrassem as respostas dos respetivos maridos.
Estas foram algumas das respostas:
– Mãe dos meus filhos! Tu estás bem??
– Que foi? Bateste com o carro outra vez?
– Que fizeste agora? Desta vez não te perdoo!
– Que queres dizer?
– Não andes com rodeios, diz-me só de quanto precisas.
– Estarei a sonhar?
– Se não me dizes para quem era este sms, juro que te mato!
E a melhor de todas:
– Quem és?

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

85 = 3 500 000 000

O tema vai velho mas merece uma atenção redobrada. A luta de classes (preconizada por Marx) faz mais sentido hoje do que noutra qualquer etapa da história da humanidade. O filósofo alemão deve estar às voltas com o andamento do mundo.
Metade da riqueza do planeta está nas mãos de 1% dos seus habitantes. Em países como a China, os Estados Unidos e Portugal, a fortuna dos mais ricos mais do que duplicou nos últimos 30 anos. Os números da organização não-governamental britânica Oxfam podem não ser exactos mas revelam a exacta medida em que as sociedades caminham para o abismo.
Com o risco de o leitor se perder nos números, mas para que não deixe de lhes dar o devido valor, recordemos ainda que o mesmo nível de riqueza está, por um lado, nas mãos das 85 pessoas mais ricas do planeta e, por outro, nas mãos da metade mais pobre do planeta. Estes números não transportam em si próprios qualquer demagogia, é matemática pura: 85 = 3 500 000 000.
Com alguma paciência, conseguimos todos perceber como este resultado é verdadeiro. Vamos por partes:
X corresponde a 1,7 milhões de milhões de dólares.
X é o valor do património conjunto das 85 pessoas mais ricas do mundo.
X é igualmente o valor do património da metade mais pobre do planeta (3 500 000 000 de pessoas).
Não há tanto mérito acumulado em 85 pessoas e… (Ler artigo complecto)
DN: opinião por Paulo Baldaia

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Se Camões fosse vivo, escreveria assim os "Canalhíadas"

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
Luíz Vais Sem Tostões

domingo, 26 de janeiro de 2014

A destruição da classe média!

Eduardo Oliveira Silva, jornal i
Está a desaparecer uma fatia da população, enquanto uma pequena parcela acumula riqueza e pouco contribui para o colectivo
Há muito que a classe média é o motor da sociedade moderna. É na sua capacidade criativa e de produção de riqueza que assenta o desenvolvimento e foi a sua implantação que permitiu o crescimento do consumo e dos grandes negócios.
Além disso, a existência da classe média foi geradora do desejo de mobilidade e ascensão social por parte das classes mais baixas que a ela se guindavam, nomeadamente por via da educação, essa superior forma de progresso.
Apesar destes factos incontroversos, é hoje sobre a classe média (que concentra o dinheiro mais limpo e colectável) que se abatem as sucessivas medidas de austeridade decretadas pelos governos, deixando desprotegida uma população essencial que empobrece todos os dias, trabalhadores quer do Estado quer do privado ou sobretudo reformados.
Esta perseguição faz com que haja pessoas que viram pensões da Segurança Social que há quatro anos andavam nos 2400 euros ser objecto de um confisco de 500 euros mensais, por via de cortes sucessivos iniciados no tempo de Sócrates completados pela famigerada CES (outro imposto) e uma revisão em alta do IRS, isto para não falar do aumento do custo de vida e de todas as taxas e impostos possíveis.
É na franja que vai dos mil aos dois mil e quinhentos euros de rendimento líquido que se encontra boa parte do número de trabalhadores activos, comerciantes e reformados que efectivamente contribuíram durante uma vida inteira, fazendo os seus descontos, a que se juntaram os das empresas.(Ler artigo complecto)

sábado, 25 de janeiro de 2014

Vai ser preciso chamar o homem!...

Pedro Bidarra, publicitário, psicossociólogo e autor
Uma amiga minha tem um caderninho com números de telefone. Um anacronismo em papel, escrito à mão e ordenado de A a Z. O H está cheio. Todos os homens de que precisa para arranjar a sua vida estão no H: está lá o homem das obras, o homem da electricidade, o homem do telhado (por causa das infiltrações), o homem do jardim, o homem das mudanças, o homem do cabo. Enfim, homens não faltam naquela agenda. À frente de cada um, entre parêntesis, está o nome do homem mas é mais fácil ir ao H do que lembrar o nome de cada um. Quando rebenta alguma coisa a minha amiga lá diz em voz alta, enquanto procura o caderninho, “É preciso chamar o homem!”.
Ouvi nas notícias que a linha azul, para tratar de assuntos relacionados com pensões, deixou de funcionar. Contou-me um médico que no hospital onde trabalha uma máquina de diagnóstico essencial e que tende a avariar com frequência (é da sua natureza complexa) agora não é arranjada porque não se pode chamar o homem. No outro dia soube-se que uma doente com cancro esteve dois anos à espera de uma colonoscopia. Quando o mau tempo e as vagas grandes assolaram a costa, a protecção civil disse que não tinha meios nem condições para avisar as populações e fazer a prevenção. Eu no outro dia chamei os bombeiros porque tinha fogo em casa e fiquei em espera enquanto apagava o fogo e queimava a mão ao fazê-lo; os bombeiros nunca me atenderam. Há muitos maus exemplos destes e haverá muitos mais.
Os bons números que a economia parece querer mostrar foram conseguidos à custa do funcionamento de muita coisa. Até agora sentimos no bolso e fomo-nos adaptando como pudemos; a partir de agora vamos pagar, não em dinheiro mas em qualidade de vida. É esse o próximo ciclo.(Ler artigo complecto) 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Oficiais querem refletir sobre a revolução.

Carlos Abreu, jornal Expresso
Os portugueses, e não só os militares, têm direito constitucional à resistência, diz em jeito de alerta a Associação de Oficiais das Forças Armadas.
Revolução foi a palavra que mais se ouviu esta tarde na conferência de imprensa promovida pela Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), para dizer que os militares estão fartos da política de austeridade imposta pelo Governo.
"Não vamos fazer nenhuma revolução. As revoluções não se anunciam, fazem-se", disse aos jornalistas o presidente da associação, coronel Pereira Cracel.
"Portugal está a ser governado por um conjunto de pessoas que parece não perceber para onde nos estão a levar. Esta gente está a fazer pouco de todos nós", acrescentou o líder da AOFA, atualmente na situação de reserva.
Logo a seguir, o coronel Jara Franco, vogal da direção, fez questão de lembrar que, de acordo com o artigo 21 da Constituição, os portugueses, e não só os militares, têm direito à resistência. "Os portugueses estão a ser cozidos dentro de uma panela. E se para nos libertarmos tivermos de queimar o cozinheiro, o problema é dele!", afirma este militar recorrendo a uma linguagem metafórica.
"Não podemos passar o resto da vida a condenar metade da população, sobretudo os idosos, a comer cerelac. Nós jurámos defender a pátria e os portugueses", acrescentou o militar que está na reserva. (Ler artigo complecto)

Orquestra sinfónica de Queensland...


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Aqui está a explicação para o estado em que Portugal se encontra.

                 
Quando Deus fez o mundo, para que os homens prosperassem decidiu dar-lhes apenas duas virtudes.
Assim:
- Aos Suíços os fez estudiosos e respeitadores da lei(?)
- Aos Ingleses, organizados e pontuais.
- Aos Argentinos, chatos e arrogantes (?)
- Aos Japoneses, trabalhadores e disciplinados.
- Aos Italianos, alegres e românticos.
- Aos Franceses, cultos e finos (?)
- Aos Portugueses, inteligentes, honestos e políticos.
O anjo anotou, mas logo em seguida, cheio de humildade e de medo, indagou:
- Senhor, a todos os povos do mundo foram dadas duas virtudes, porém, aos portugueses foram dadas três! Isto não os fará soberbos em relação aos demais povos da terra?
- Muito bem observado, bom anjo! Exclamou o Senhor.
- Isto é verdade!
- Façamos então uma correção! De agora em diante, os portugueses, povo do meu coração, manterão estas três virtudes, mas nenhum deles poderá utilizar mais de duas simultaneamente, como os demais povos!
- Assim, o que for político e honesto, não pode ser inteligente.
- O que for político e inteligente , não pode ser honesto.
E o que for inteligente e honesto, não pode ser político.!!!!!!
Palavras do Senhor!...                        
           

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Passos Coelho não é (só) mentiroso: é cínico!

João Lemes Esteves, Expresso
Como todos os leitores sabem, Pedro Passos Coelho anda em campanha para a sua reeleição como Presidente do PSD. Em função da sua jornada de "caça aos votos", confrontamo-nos com o cenário peculiar de desdobramento de personalidade: de dia, o Passos Coelho, Primeiro-Ministro, utiliza o mesmo tom negativista de sempre, o mesmo ar cinzento, melodramático, inflexível a qualquer entendimento que envolva o PS; de noite, temos o Passos Coelho, candidato a Presidente do PSD, que afirma que o período mais crítico já foi ultrapassado; Portugal tem os melhores indicadores da década; o desemprego já diminuiu - e a Senhora Merkel já está feliz. De dia, Passos Coelho é rezingão, é o "paizinho" que fala rigidamente para os portugueses, cheio de autoridade bacoca; à noite, é o Passos Coelho versão "porreiro, pá!" que discursa e se ri muito, enquanto aborda o tema menor da sua agenda - o desemprego e o sofrimento real dos portugueses. Enquanto enaltece com grande entusiasmo a política de privatizações do seu Governo - claro que foi uma política levada a cabo com enorme transparência: primeiro vendeu as empresas e, no final, aprovou uma lei-quadro das privatizações - mede cada palavra, mede cada conceitozinho técnico; já quando muda o discurso para o tópico do desemprego, a emigração dos jovens, o sofrimento real dos portugueses - Passos Coelho sorri, conta uma anedota, uma piada, faz escárnio. Enfim, Passos Coelho sofre do complexo de inferioridade dos líderes fracos…………. Sempre que Passos Coelho fala, há sempre dúvidas muito fundadas de que as suas palavras manipulam os factos, não correspondendo à realidade...
Enfim, Passos Coelho não é um "catavento catalisador de contrapoderes" (?!, o que raio significa isto? Perguntem aos génios passistas...): é um falso, intriguista e cínico. Assim nasceu para política, assim nela sobreviveu e assim morrerá politicamente. Faltar à verdade, actuar com reserva mental na sua vida política, para Passos Coelho já não é defeito - é feitio... <Ler artigo complecto>

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Conversa entre 5 cirurgiões!


Numa sala de cirurgia, cinco cirurgiões discutiam sobre quais os melhores pacientes a operar.
Dizia o primeiro:
- Gosto de operar contabilistas porque, quando se abrem, todos os órgãos estão numerados e ordenados.
O segundo retorquiu:
- Sim, mas melhor são os electricistas todos os órgãos estão codificados por cores. Não há qualquer risco de engano.
Ao que respondeu o terceiro:
- Que nada!!! Os melhores são os bibliotecários. Dentro deles tudo está ordenado alfabeticamente.
O quarto cirurgião opinou:
- Não há como os mecânicos. Eles até já transportam uma reserva dos órgãos que são necessários substituir.
Finalmente, disse o quinto:
- Deixem-me discordar de todos vocês, meus caros colegas mas, em minha opinião, os melhores pacientes para operar são os políticos. Não têm coração, não têm estômago nem tomates... Além disso podemos trocar o cérebro pelo cu, pois como só têm ideias de merda não dão conta de nada e ainda agradecem.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Notas soltas!

Eduardo Oliveira Silva, jornal i

Dignidade exemplar
Teresa Leal Coelho mostrou uma rara coerência e dignidade. Era contra a convocação do referendo sobre a co-adopção, não compareceu à votação (ou seja, não se vergou à disciplina partidária, mas não votou a favor) e demitiu-se da função de vice-líder da bancada do PSD. Para quem é tão próxima de Passos Coelho não deve ter sido fácil. Mas louvem-se-lhe a coragem e a seriedade.

A boa e a má moeda jornalística
As recentes recomendações da PGR relativamente à violação do segredo de justiça indignaram alguns, mas têm uma virtude. Responsabilizam os que se limitam a regurgitar e publicar o que lhes dão a comer. São simples, mas cúmplices, marionetas nas mãos de quem verdadeiramente viola a lei. São passadores para a opinião pública de informações orientadas supostamente jornalísticas. São, também às vezes, os primeiros a não aceitar regras do bom senso e a preservação do bom nome de cada um, até que a justiça se pronuncie, acuse e condene. Os casos recentemente ocorridos com Angola são paradigmáticos, mas cá dentro há outros em que o sensacionalismo de encomenda se substitui à verdadeira investigação jornalística, que é aquela que origina processos e não a que vai atrás deles. Lembram-se do Watergate?

sábado, 18 de janeiro de 2014

Parvo vem do latim "parvus".

Pedro Bidarra, dinheiro vivo
Parvo vem do latim parvus e significa pequeno. Lembrei-me da etimologia do adjectivo a propósito da iniciativa do pequeno Hugo Soares, o chefe jota da JSD, de propor um referendo à adopção e co-adopção de crianças por casais homossexuais; um assunto do qual sei pouco ou nada e que, até agora, não me dizia respeito. Claro que não me dizendo respeito, a mim a à grande maioria da população, nem estando para ele desperto, no momento em que se fala em referendo tocam campainhas. Fui então ler com atenção a ideia dos pequenos jotas de convocar milhões de eleitores para decidir um problema que afecta, quanto muito, apenas centenas de pessoas.
Sobre o assunto fiquei a saber coisas que não sabia. Fiquei a saber, por exemplo, que no Parlamento, e numa altura em que o Presidente da República apela a consensos, houve um trabalho de meses, com a participação de todos os grupos parlamentares, durante o qual foram ouvidos especialistas e sábios de várias áreas – o assunto é complexo e os deputados foram-se informando, negociando e criando consensos para agendar a votação da lei da co-adopção. Ou seja, durante meses os deputados fizeram o seu trabalho, o trabalho para que foram eleitos e são pagos. Um trabalho que terá sido em vão se o PSD aprovar a ideia do pequeno Hugo Soares. (Consenso é bom, mas só da boca para fora.)
A co-adopção por casais do mesmo sexo é um problema que existe, que provoca sofrimento, que é complexo e cuja resolução envolve o saber e a competência de especialistas. Eu não tenho competência para julgar sobre este assunto. A que propósito me querem convocar para decidir sobre co-adopção? E se eu, que sou psicólogo, e apesar de tudo atento, não entendo, como é que se quer que todos referendem com saber, juízo e presença de espírito uma lei que diz respeito a tão poucos?
A mim parece-me que o pequeno Hugo Soares aproveitou o assunto para se engrandecer, para ser conhecido, para ser falado e, como ainda é pequeno para as coisas grandes, dão-lhe estas causas fracturantes para brincar, para fazer figura, para fazer currículo. Claro que a coisa serve ao PSD, que assim, e dado o apetite dos media pelas causas fracturantes, faz sair do ciclo noticioso coisas como doentes de cancro a morrer porque uma colonoscopia demora dois anos, mais cortes nas pensões e a decadência generalizada do país e das suas infraestruturas.
O que mais me arrepia neste incidente é que este pequeno Hugo Soares, a fazer fé na história recente, será um dia mais um dos nossos pequenos primeiros-ministros.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Saúde por um fio.

António Galamba, jornal i
Assiste-se à criação de um modelo de país com dois sistemas, uma saúde para ricos e uma saúde para os que não podem pagar.
Consagrada a tese de que o que tem de ser tem muita força, enunciada com propriedade irrevogável no Congresso Nacional do CDS-PP, não é de estranhar que as consequências da estratégia política da maioria tenham crescente visibilidade mediática.
A saúde é dos sectores que mais sofrem com o excesso de austeridade. John Keynes já dizia que "a longo prazo, todos estaremos mortos". Caminhamos para que, no presente, possam acontecer mortes evitáveis.
Qualquer que seja a perspectiva ideológica ou a procura pragmática de soluções sustentáveis, não é admissível que existam bloqueios no acesso à saúde e que a vida humana possa ser posta em causa.
Portugal, com o contributo de diferentes partidos, soube criar um serviço nacional de saúde de qualidade (SNS), com profissionais competentes e, no essencial, com uma distribuição dos cuidados geograficamente equilibrada, que garantiu o acesso à assistência médica em tempo útil.
Hoje, com os sucessivos casos que são públicos, é evidente a mudança de paradigma. Haverá lóbis, desperdícios e redundâncias a corrigir, mas o caminho que está a ser seguido só conhece um sentido: o dos cortes cegos e que vão muito além dos preconizados pela troika. Assiste-se à criação de um modelo de país com dois sistemas, uma saúde para ricos e uma saúde para os que não podem pagar, em que as medidas da troika surgem como oportunidade e pretexto para delapidar o SNS.
Na verdade, estes cortes sem qualquer alteração estrutural ou reforma substancial conduziram a uma epidemia de bloqueios, pré-rupturas e rupturas que põem em risco o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, degradam as condições de trabalho dos profissionais e destroem os serviços prestados, que até há pouco tempo constituíam referência para muitos outros países.
Vejamos. O Memorando inicial estabeleceu, para 2012, um corte de 550 milhões de euros, mas o governo resolveu duplicar o corte para 1000 milhões.
Em 2013, os cortes no sector da saúde situaram-se nos 214 milhões de euros.
Em 2014, a receita prossegue e não se augura nada de bom: a carta de Pedro Passos Coelho enviada à troika apontava um corte de 127 milhões de euros na saúde dos portugueses, mas o que se verifica no Orçamento do Estado para 2014 é que o corte será superior ao dobro do acordado, 278 milhões de euros.
O Memorando inicial previa para 2012 e 2013 cortes de 925 milhões de euros, não estabelecendo quaisquer cortes para 2014 e 2015. O governo da maioria PSD/CDS, em apenas três anos, terá concretizado uma amputação de despesa de 1619 milhões de euros. Isto é, 75% acima do previsto.
É claro que quem tem um seguro ou quem pode aceder aos cuidados sem bloqueios pode continuar a falar da estratosfera da reforma do Estado, como se, no quadro de referência da actual maioria, não estivesse a falar de cortes com impacto real na vida dos portugueses.
É claro que a narrativa do governo e da maioria pode ser desmentida diariamente pela ambulância de emergência que não sai, pela colonoscopia que não é marcada, pelo medicamento que não é comprado, pela taxa moderadora que não pode ser paga, pelo aumento das listas de espera para consultas, exames e cirurgias, e por muitos outros futuros adiados que podem até nunca chegar a acontecer.
E pode até acontecer que, na ânsia de uma história de sucesso alavancada nos sacrifícios das pessoas, se movam montanhas, do mascarar da realidade à alteração de ratings em vésperas de eleições europeias, mas nada, mesmo nada, justifica o risco de perda de vidas.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Que coincidência!

Um criador de galinhas vai ao bar local, senta-se ao lado de uma mulher e pede uma taça de champanhe.
A mulher comenta:
-Que coincidência! Eu também pedi uma taça de champanhe.
-Hoje é um dia especial para mim – diz o fazendeiro – Estou a festejar.
- Hoje é um dia especial para mim também! – diz a mulher – Eu também estou a festejar.
-Que coincidência – diz o fazendeiro.
Quando “batem” as taças ele pergunta:
-O que está a celebrar?
-Eu e o meu marido há uns tempos que andamos a tentar ter um filho e hoje o meu ginecologista disse-me que estou grávida.
-Que coincidência – diz o homem – Sou criador de galinhas e durante muitos anos as minhas galinhas não eram férteis. Mas consegui! Elas começaram a pôr ovos férteis.
-Isso é óptimo – diz a mulher – Como é que conseguiu que as galinhas ficassem férteis?
- Usei um galo diferente – diz ele.
A mulher sorri, brinda novamente e diz:
-Que coincidência!...

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Palavras para iludir!

Eduardo Oliveira Silva (notas soltas), jornal i
Recalibrar. Mudar a base de incidência. Contribuição e não imposto. Não se trata de uma TSU. 95% dos pensionistas ficam de fora. São apenas exemplos ilustrativos da demagogia dialéctica a que chegámos. Por mais voltas que os governantes dêem, a verdade é uma. Os reformados da classe média foram afectados e com um novo imposto que começa em 3,5%, a partir de mil euros, e chega a 40% nas pensões mais altas. É essa a realidade, e o facto de haver gente com pensões de menos de mil euros significa que nunca ganharam para ter uma vida confortável. Com a medida agora tomada passa a haver mais pensionistas pobres, que engrossarão as cantinas sociais ou deixarão de ajudar familiares em dificuldades. Vale a pena ainda dizer que estão também penduradas na Segurança Social milhares de pessoas que nunca contribuíram e mesmo assim recebem pensões justas, que deveriam ser pagas directamente pelo Orçamento do Estado e não por via da Segurança Social. Finalmente, a prova de que as palavras são levadas pelo vento surgiu quinta-feira quando Mota Soares anunciou uma comissão que vai substituir os cortes da contribuição extraordinária por medidas permanentes. Afinal de que vale a palavra da ministra das Finanças a respeito da transitoriedade?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Foguetes sem razão!

Armando esteves pereira, director-adjunto CM
Quinta-feira passada, Portugal regressou aos mercados com um empréstimo a 5,5 anos.
Os responsáveis festejaram como se tratasse de um sucesso. Desculpem, mas não percebo tantos foguetes, quando num empréstimo se paga uma taxa de 4,66%. O alegado sucesso luso a taxas perfeitamente usurárias é comparado com emissões a 10 anos da Irlanda na casa dos 3,5%, ou com juros que são quase metade em Espanha, que nos fundamentais da economia não tem uma situação tão diversa da portuguesa. No mesmo dia, o Tesouro espanhol colocou 3,527 mil milhões de euros a cinco anos com um juro médio de 2,41%, a mais baixa taxa a este prazo desde a adesão ao Euro.
A diferença entre os juros de Portugal e de Espanha é significativa. Em 5 anos Portugal paga por estes 3,25 mil milhões de euros, mais 365 milhões de euros de juros do que pagaria com a taxa espanhola. Não há razões para festejar. Antes para lamentar este trágico défice de credibilidade do País, que custa muito caro.
E o Estado continua a vender as joias que restam. A alienação a um fundo chinês dos seguros da Caixa foi a operação mais recente, com uma receita que não chega para dois meses de juros da dívida.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Mulher trai o marido enquanto estava de viagem.

A sogra, uma algarvia de gema, chega a casa do genro e encontra-o de saída com as malas na mão, furioso.
-O que aconteceu, ó Manel?
-O que aconteceu? Pois foi o seguinte minha sogra!
Fui viajar e mandei um telegrama para a Isabel avisando que voltaria hoje.
Chego a casa e o que encontro? Ela com um sujeito! Os dois nus na nossa cama!
É o fim, estou a ir embora para sempre!
-Calma! – pede Dona Maria.
-Deve haver algo errado nessa história, a Isabel jamais faria uma palermice dessas! Espera um pouco que vou verificar o que se passou.
Momentos depois, Dona Maria volta sorridente:
-Não disse que havia um equívoco, meu filho?
A Isabel não recebeu o teu telegrama.

sábado, 11 de janeiro de 2014

O tiro ao reformado.

Ana Sá Lopes, jornal i
O problema dos cortes aos reformados vai muito para além do confisco de direitos
O plano B que o governo sempre jurou que não existia para o chumbo das pensões pelo Tribunal Constitucional foi ontem dado à luz pelo conselho de ministros. Confirma-se que não havia plano B: os reformados são a carne para canhão deste governo, o alvo do tiro na guerra do défice, a vítima da revolução que vai extinguir de vez em Portugal e na Europa conceitos políticos antigos como social-democracia e democracia-cristã.

Para o poder em vigor, os contratos com os reformados são aqueles que podem ser alterados à vontade, sem que existam riscos de o Estado ser obrigado a pagar milhões. Com os ricos não se brinca - os governos nunca brincam com os ricos e basta ver as parcerias público-privadas e outros contratos dantescos, impossíveis de mexer porque estão em causa cláusulas inamovíveis. Não é de estranhar que enquanto Passos Coelho afirma que a crise "foi um custo que quase toda a gente teve que suportar pelas medidas difíceis", os últimos números disponíveis indiquem que em Portugal os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.


Uma vez que não existem "cláusulas" de protecção do contrato realizado entre o Estado e reformados - para surpresa de todos, a Contribuição Extraordinária de Solidariedade passou no ano passado no Tribunal Constitucional - opta-se pela medida mais fácil. Aguarda-se agora a decisão do Tribunal Constitucional, reconhecendo-se que é um facto que a CES passou no TC com a presunção de que era transitória e poupava os menos "ricos". (Ler mais...)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Frases com realidade...

Homem velho que namora mulher nova é como cego que compra jornal:
É só para os outros verem!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Remorso de um encenador de teatro.


Filipe La féria, DN opinião
Muita gente me acusa de ser o culpado do estado de desgraça do nosso país por ter reprovado Pedro Passos Coelho numa audição em que eu procurava um cantor para fazer parte do elenco de My Fair Lady. Até o espertíssimo gato fedorento Ricardo Araújo Pereira já afirmou que eu devia ser chicoteado em público todos os dias até Passos Coelho desistir de ser primeiro-ministro, como insistentemente o aconselha o Dr. Soares.
Na verdade, confesso que em 2002, quando preparava os ensaios para levar à cena My Fair Lady fiz uma série de audições a cantores para procurar o intérprete do galã apaixonado por Elisa Doolittle, a pobre vendedora de flores do Covent Garden, personagem saída da cabeça brincalhona e maniqueísta de Bernard Shaw, genial dramaturgo que no seu tempo se fartou de gozar com políticos. Entre muitos concorrentes à audição, apareceu Pedro Passos Coelho de jeans, voz colocada, educadíssimo e bem-falante. Era aluno de Cristina de Castro, uma excelente cantora dos tempos de glória do São Carlos que tinha sido escolhida por Maria Callas para contracenar com a diva na Traviata quando da sua passagem histórica por Lisboa. As recomendações portanto não podiam ser melhores e a prova foi convincente. Porém, Passos Coelho era barítono e a partitura exigia um tenor. Foi por essa pequena idiossincrasia vocal que Passos Coelho não foi aceite, o que veio a ditar o futuro do jovem aspirante a cantor que, em breve, ascenderia a actor protagonista do perverso musical da política. Se não fosse a sua tessitura de voz de barítono, hoje estaria no palco do Politeama na Grande Revista à Portuguesa a dar à perna com o João Baião, a Marina Mota, a Maria Vieira, e talvez fosse muitíssimo mais feliz. Diria mal da forma como o Estado trata a cultura em Portugal, revoltar-se-ia com os impostos que o teatro é obrigado a pagar, saberia que um bilhete que é vendido ao público a dez euros, sete vão para o Estado, teria um ataque de nervos contra os lobbies da Secretaria de Estado da Cultura, há quarenta anos sempre os mesmos... não saberia sequer o nome do obscuro e discretíssimo secretário da Cultura oficial, não perceberia porque em Portugal não há uma Lei do Mecenato que permita aos produtores de espectáculos cativar os mecenas, tal é a volúpia cega dos impostos, saberia que cada vez mais há artistas no desemprego em condições miserabilistas e degradantes, que fazer teatro, cinema ou arte em Portugal se tornou um acto de loucura e de militância esquizofrénica. Mas a cantar no palco do Politeama estaria bem longe da bomba-relógio do Dr. Paulo Portas, cada vez mais fulgurante como pop-star, da troika, agora terrível e pós-seguramente medonha, das reuniões de quinta-feira com o Senhor Professor, do Gaspar que se pisgou para o Banco de Portugal, dos enredos do partido bem mais enfadonhas do que as animadas tricas dos bastidores do teatro, das reuniões intermináveis com os alucinados ministros, das manifestações dos professores, dos polícias, dos funcionários públicos, dos pescadores, dos estivadores, dos reformados, dos trabalhadores de tudo o que mexe e não mexe em cima deste desgraçado país, ah!, e das sentenças do Palácio Ratton que agora são chamadas para tudo, só para tramarem a cabeça intervencionada do pobre Pedrinho... não bastava já as constantes birrinhas do Tó Zé Seguro, as conversas da tanga do Dr. Durão Barroso, o charme cínico e discreto de Madame Christine Lagarde, as leoninas exigências da mandona da Europa para Bruxelas assinar a porcaria do cheque. Valha-me o Papa Francisco que tudo isto é de mais para um barítono!
Assumo o meu mais profundo remorso. Devia ter proporcionado ao rapaz um futuro mais insignificante mas mais feliz. Mas, tal como Elisa Doolittle, que depois de ser uma grande dama prefere voltar a vender flores no mercado de Covent Garden, talvez o nosso herói renegue todas as vaidades e vicissitudes da política e suba ao palco do Politeama para interpretar a versão pobrezinha mas bem portuguesa de Os Miseráveis!
PS. O artigo foi escrito em português antigo. No Teatro Politeama nem as bailarinas russas aderiram ao Acordo Ortográfico.

* Encenador e dramaturgo. Diplomou-se em Londres com uma bolsa da Fundação Gulbenkian, foi diretor da Casa da Comédia. Com "What happened to Madalena Iglésias" iniciou e revitalizou o teatro ligeiro

domingo, 5 de janeiro de 2014

A cruel asfixia dos reformados.

Eduardo Oliveira Silva, jornal i
Passos Coelho cumpre com o que sempre quis e Portas volta a trair a palavra dada e aceita uma TSU
Não haja dúvida de que há um motivo ideológico puro e duro que emerge por detrás de cada medida que o governo anuncia quando se trata de agravar a austeridade. A experiência demonstra que existe o propósito assustador e deliberado de impor cortes e sacrifícios acrescidos a dois grupos específicos de cidadãos: os reformados e os funcionários públicos, nomeadamente aos primeiros, agora já independentemente do sector de onde são oriundos.
Para arranjar menos de 400 milhões de euros, que poderiam ser encontrados com um aumento de meio por cento do IVA (um imposto cego mas justo) ou numa gestão racional da execução orçamental ao longo de seis meses de exercício, o governo recusou-se pura e simplesmente a procurar uma alternativa que não fosse sacrificar perversamente o grupo mais frágil de cidadãos, que não tem hipótese nenhuma de fugir ao alargamento da contribuição extraordinária de solidariedade (CES), que passou a permanente, tendo o efeito de um imposto ou taxa, o que vem dar rigorosamente no mesmo.
Não houve um esboço de esforço para flexibilizar o défice junto da troika nem para ir buscar dinheiro às PPP, que são fortalezas inexpugnáveis, protegidas por escritórios ligados à política.
Além de a CES, que, tanto quanto se sabe, pode passar a incidir sobre rendimentos de reformas que rondam os novecentos ou mil euros, embora seja possível que o governo aplique um valor ligeiramente acima para desanuviar a tensão em cima da hora, o que mais impressiona em todo este processo é a lamentável figura de Paulo Portas.
De Passos Coelho esperava- -se este trilho desde o dia em que tomou posse, após uma campanha em que prometeu exactamente o contrário do que faz com o maior dos desplantes. Mas Portas não pára de surpreender pela falta de palavra, para não dizer de carácter.
É que foi ele que falou de linha intransponíveis e de decisões irrevogáveis. Foi ele que ameaçou o governo até receber a ornamentação de vice-primeiro-ministro. Foi ele que se atirou para o chão aquando da TSU, que agora ressuscita. Foi ele que fez do CDS o partido do contribuinte e que tem andado a mudá-lo de CDS para PP à medida de interesses pontuais e demagógicos, que já passaram por fases pomposas como a defesa da lavoura, e recentemente a inauguração de um relógio que supostamente faz as contas do regresso do país à soberania plena e ao fim do protectorado. Seria risível se não fosse trágico.
Há no comportamento permanente dos líderes da coligação algo de obsessivo e sistemático dirigido contra extractos muito concretos da população, aos quais pouco ou nada resta para se defenderem além do exercício do voto como penalização, mesmo que se atirem para os braços de outros incompetentes ou até de demagogos.
É este o exercício medíocre do poder de quem se sente forte quando ataca os fracos sem a menor compaixão e com uma imperturbável frieza, que perpassou na forma como as coisas foram anunciadas de chofre e sem outras considerações.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Calibrar - não há como fugir.

Henrique Monteiro, Expresso
Já se sabe o plano B do Governo. Era C - de calibrar. Mas o certo é que todos nós aprendemos, de pequenos, que não se pode ter tudo. Se não pode haver convergência de pensões da forma que o Executivo queria, se não deve haver (e disso estou eu também seguro) aumento de impostos; se os credores não deixam aumentar o défice, a algum sítio se havia de ir buscar o dinheiro em falta, quase 400 milhões.
Foram à Contribuição Extraordinária de Solidariedade, coisa que extraordinariamente, do meu ponto de vista, o TC não considerou um imposto na decisão referente ao ano passado. E vão recalibrar a sua incidência, começando a cobra-la a partir de valores mais baixos (cerca de 1000 euros, diz-se). Também carregam na contribuição da ADSE. Ou seja, o Governo tendo ficado sem cão, caça com gato, mas os caçados são os mesmos. Claro que isto ainda vai ser discutido com o Parlamento e com os parceiros, diz o ministro, mas já se percebeu que, mais coisa menos coisa é isto.
A pergunta mais funda, no entanto, é: poder-se-ia fazer isto de outro modo? Claro que sim! Que agradasse a todos? Claro que não? Que ao menos fosse justo? Não creio!

Já muitas vezes escrevi que perdemos a liberdade ao ter de escolher entre males menores. E entre isto e o aumento de impostos - e com o devido respeito para os funcionários públicos e pensionistas, que também existem na minha família - antes isto.