Henrique
Monteiro, Expresso
Já
se sabe o plano B do Governo. Era C - de calibrar. Mas o certo é que todos nós
aprendemos, de pequenos, que não se pode ter tudo. Se não pode haver
convergência de pensões da forma que o Executivo queria, se não deve haver (e
disso estou eu também seguro) aumento de impostos; se os credores não deixam
aumentar o défice, a algum sítio se havia de ir buscar o dinheiro em falta,
quase 400 milhões.
Foram
à Contribuição Extraordinária de Solidariedade, coisa que extraordinariamente,
do meu ponto de vista, o TC não considerou um imposto na decisão referente ao
ano passado. E vão recalibrar a sua incidência, começando a cobra-la a partir
de valores mais baixos (cerca de 1000 euros, diz-se). Também carregam na
contribuição da ADSE. Ou seja, o Governo tendo ficado sem cão, caça com gato,
mas os caçados são os mesmos. Claro que isto ainda vai ser discutido com o
Parlamento e com os parceiros, diz o ministro, mas já se percebeu que, mais
coisa menos coisa é isto.
A
pergunta mais funda, no entanto, é: poder-se-ia fazer isto de outro modo? Claro
que sim! Que agradasse a todos? Claro que não? Que ao menos fosse justo? Não
creio!
Já
muitas vezes escrevi que perdemos a liberdade ao ter de escolher entre males
menores. E entre isto e o aumento de impostos - e com o devido respeito para os
funcionários públicos e pensionistas, que também existem na minha família -
antes isto.
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