Armando
esteves pereira, director-adjunto CM
Quinta-feira
passada, Portugal regressou aos mercados com um empréstimo a 5,5 anos.
Os
responsáveis festejaram como se tratasse de um sucesso. Desculpem, mas não
percebo tantos foguetes, quando num empréstimo se paga uma taxa de 4,66%. O
alegado sucesso luso a taxas perfeitamente usurárias é comparado com emissões a
10 anos da Irlanda na casa dos 3,5%, ou com juros que são quase metade em
Espanha, que nos fundamentais da economia não tem uma situação tão diversa da
portuguesa. No mesmo dia, o Tesouro espanhol colocou 3,527 mil milhões de euros
a cinco anos com um juro médio de 2,41%, a mais baixa taxa a este prazo desde a
adesão ao Euro.
A
diferença entre os juros de Portugal e de Espanha é significativa. Em 5 anos
Portugal paga por estes 3,25 mil milhões de euros, mais 365 milhões de euros de
juros do que pagaria com a taxa espanhola. Não há razões para festejar. Antes
para lamentar este trágico défice de credibilidade do País, que custa muito
caro.
E
o Estado continua a vender as joias que restam. A alienação a um fundo chinês
dos seguros da Caixa foi a operação mais recente, com uma receita que não chega
para dois meses de juros da dívida.
Sem comentários:
Enviar um comentário