Carlos
Abreu, jornal Expresso
Os portugueses, e não só os
militares, têm direito constitucional à resistência, diz em jeito de alerta a
Associação de Oficiais das Forças Armadas.
Revolução
foi a palavra que mais se ouviu esta tarde na conferência de imprensa promovida
pela Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), para dizer que os
militares estão fartos da política de austeridade imposta pelo Governo.
"Não
vamos fazer nenhuma revolução. As revoluções não se anunciam, fazem-se",
disse aos jornalistas o presidente da associação, coronel Pereira Cracel.
"Portugal
está a ser governado por um conjunto de pessoas que parece não perceber para
onde nos estão a levar. Esta gente está a fazer pouco de todos nós",
acrescentou o líder da AOFA, atualmente na situação de reserva.
Logo
a seguir, o coronel Jara Franco, vogal da direção, fez questão de lembrar que,
de acordo com o artigo 21 da Constituição, os portugueses, e não só os
militares, têm direito à resistência. "Os portugueses estão a ser cozidos
dentro de uma panela. E se para nos libertarmos tivermos de queimar o
cozinheiro, o problema é dele!", afirma este militar recorrendo a uma
linguagem metafórica.
"Não
podemos passar o resto da vida a condenar metade da população, sobretudo os
idosos, a comer cerelac. Nós jurámos defender a pátria e os portugueses",
acrescentou o militar que está na reserva. (Ler artigo complecto)
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