Eduardo
Oliveira Silva (notas
soltas),
jornal i
Recalibrar. Mudar a base de incidência.
Contribuição e não imposto. Não se trata de uma TSU. 95% dos pensionistas ficam
de fora. São apenas exemplos ilustrativos da demagogia dialéctica a que
chegámos. Por mais voltas que os governantes dêem, a verdade é uma. Os
reformados da classe média foram afectados e com um novo imposto que começa em
3,5%, a partir de mil euros, e chega a 40% nas pensões mais altas. É essa a
realidade, e o facto de haver gente com pensões de menos de mil euros significa
que nunca ganharam para ter uma vida confortável. Com a medida agora tomada
passa a haver mais pensionistas pobres, que engrossarão as cantinas sociais ou
deixarão de ajudar familiares em dificuldades. Vale a pena ainda dizer que
estão também penduradas na Segurança Social milhares de pessoas que nunca
contribuíram e mesmo assim recebem pensões justas, que deveriam ser pagas
directamente pelo Orçamento do Estado e não por via da Segurança Social. Finalmente,
a prova de que as palavras são levadas pelo vento surgiu quinta-feira quando
Mota Soares anunciou uma comissão que vai substituir os cortes da contribuição
extraordinária por medidas permanentes. Afinal de que vale a palavra da
ministra das Finanças a respeito da transitoriedade?
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