João
Lemes Esteves, Expresso
Como
todos os leitores sabem, Pedro Passos Coelho anda em campanha para a sua
reeleição como Presidente do PSD. Em função da sua jornada de "caça aos
votos", confrontamo-nos com o cenário peculiar de desdobramento de
personalidade: de dia, o Passos Coelho, Primeiro-Ministro, utiliza o mesmo tom
negativista de sempre, o mesmo ar cinzento, melodramático, inflexível a
qualquer entendimento que envolva o PS; de noite, temos o Passos Coelho,
candidato a Presidente do PSD, que afirma que o período mais crítico já foi
ultrapassado; Portugal tem os melhores indicadores da década; o desemprego já
diminuiu - e a Senhora Merkel já está feliz. De dia, Passos Coelho é rezingão,
é o "paizinho" que fala rigidamente para os portugueses, cheio de
autoridade bacoca; à noite, é o Passos Coelho versão "porreiro, pá!"
que discursa e se ri muito, enquanto aborda o tema menor da sua agenda - o
desemprego e o sofrimento real dos portugueses. Enquanto enaltece
com grande entusiasmo a política de privatizações do seu Governo - claro que
foi uma política levada a cabo com enorme transparência: primeiro vendeu as
empresas e, no final, aprovou uma lei-quadro das privatizações - mede cada
palavra, mede cada conceitozinho técnico; já quando muda o discurso para o
tópico do desemprego, a emigração dos jovens, o sofrimento real dos portugueses
- Passos Coelho sorri, conta uma anedota, uma piada, faz escárnio. Enfim, Passos Coelho sofre do complexo de inferioridade dos líderes
fracos…………. Sempre que Passos Coelho fala, há sempre
dúvidas muito fundadas de que as suas palavras manipulam os factos, não
correspondendo à realidade...
Enfim,
Passos Coelho não é um "catavento catalisador de contrapoderes" (?!,
o que raio significa isto? Perguntem aos génios passistas...):
é um falso, intriguista e cínico. Assim nasceu para política, assim nela
sobreviveu e assim morrerá politicamente. Faltar à verdade, actuar com reserva
mental na sua vida política, para Passos Coelho já não é defeito - é feitio...
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