O
descalabro do BES e do universo empresarial da família Espírito Santo é uma
tragédia que vai custar muito à economia.
E
vamos todos pagar a factura. Com menos investimentos e financiamento externo,
com menos dinâmica económica e com um custo elevado de desemprego. É pior do
que os crimes do BPN. A nacionalização mal conduzida do banco de Oliveira e
Costa elevará a conta para mais de 7 mil milhões de euros, mas o impacto
externo foi quase nulo. O BPN/SLN era uma estrutura muito portuguesa e os
sócios estrangeiros envolvidos não passavam de gangsters da mesma dimensão dos
protagonistas lusos envolvidos. Mas o BES representava a elite, era a imagem do
melhor de Portugal lá fora. Na intervenção do BES, os franceses do Crédit
Agrícole perderam mais de 700 milhões, os brasileiros da Bradesco mais de 300
milhões e há vários fundos com prejuízos milionários. Enganados, não voltam tão
cedo a este País. Há ainda o impacto negativo do crédito de 897 milhões da PT à
Rioforte. Tudo isto passa para os mercados a imagem de um país de aldrabões, sem
Justiça. Qualquer investidor relevante vai indexar Portugal a uma espécie de
Serra Leoa, de onde convém fugir.
Armando Esteves Pereira, director-adjunto - CM
Sem comentários:
Enviar um comentário