quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O talhante, o mordomo e o radical

1 Niko, 35 anos, talhante no mercado Varvakeios, não tem excessivas ilusões quanto ao futuro do seu país. Queria uma mudança, "qualquer que ela fosse", e foi por isso que votou no Syriza. Cruzei--me com ele em Atenas e, apesar do pessimismo latente, fez questão de acrescentar uma porção de esperança. "Espero que os povos de Portugal, Espanha e até da Itália, que também estão a passar por grandes dificuldades, estejam solidários connosco e que, juntos, possamos mudar as coisas na Europa". A resposta que afoga esta expectativa de solidariedade mediterrânica entre povos sujeitos às bestialidades de uma política cega de austeridade, acabei por a receber uns dias depois, à chegada a Portugal, quando deparei na bizarra reacção do nosso primeiro-ministro ao resultado eleitoral grego. Passos Coelho olha para a Grécia e só vislumbra um "conto de crianças". O mordomo de Angela Merkel não seria capaz de dizer melhor.
2 Se as opiniões sobre Alexis Tsipras fossem expressas através de um gráfico, formariam um "U". (ler mais)
Rafael Barbosa, Editor-executivo JN

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