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Niko, 35 anos, talhante no mercado Varvakeios, não tem excessivas ilusões
quanto ao futuro do seu país. Queria uma mudança, "qualquer que ela
fosse", e foi por isso que votou no Syriza. Cruzei--me com ele em Atenas
e, apesar do pessimismo latente, fez questão de acrescentar uma porção de
esperança. "Espero que os povos de Portugal, Espanha e até da Itália, que
também estão a passar por grandes dificuldades, estejam solidários connosco e
que, juntos, possamos mudar as coisas na Europa". A resposta que afoga
esta expectativa de solidariedade mediterrânica entre povos sujeitos às
bestialidades de uma política cega de austeridade, acabei por a receber uns
dias depois, à chegada a Portugal, quando deparei na bizarra reacção do nosso
primeiro-ministro ao resultado eleitoral grego. Passos Coelho olha para a
Grécia e só vislumbra um "conto de crianças". O mordomo de Angela
Merkel não seria capaz de dizer melhor.
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Se as opiniões sobre Alexis Tsipras fossem expressas através de um gráfico,
formariam um "U". (ler mais)
Rafael
Barbosa, Editor-executivo JN
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