Manter Portugal no
"caminho certo". Não é pouco o que o PSD e o CDS têm para oferecer
aos portugueses, no caso de estes escolherem a coligação de Direita para mais
quatro anos de Governo. Sobretudo porque o elogio ao "caminho certo"
inclui o caminho percorrido. E o "caminho certo", é bom recordar, não
resultou apenas das imposições do programa de resgate e da troika. O tom agora adoptado de suave propaganda eleitoral não chega para fazer esquecer a violência
do caminho, fosse ele certo (para as elites do PSD e do CDS), ou errado (para
os portugueses que tiveram de pagar o preço), e ainda menos que ele foi traçado
com gosto e arrogância.
O "caminho certo", é
bom recordar, implicou que centenas de milhares de portugueses mergulhassem no
desemprego, dentro ou fora das estatísticas oficiais, sendo certo que muitos
deles não voltarão a trabalhar e que os restantes não conseguirão mais do que
empregos mal pagos e precários.
O "caminho certo", é
bom recordar, implicou e implicará cortar pensões de forma brutal, atingindo milhares
de pessoas velhas, cansadas, incapazes de encontrar alternativa. E se o preço a
pagar pelos reformados não foi ainda maior, isso ficou apenas a dever-se à
intransigência do Tribunal Constitucional, que travou outros e maiores
desmandos
O "caminho certo", é
bom recordar, foi o de incentivar novos e velhos a "sair da sua zona de
conforto" e a emigrarem, o que se concretizou de facto, mais uma vez afectando centenas de milhares de pessoas, as que partiram e as que ficaram.
O "caminho certo", é
bom lembrar, foi o de provocar uma hecatombe social, com o aumento dos índices
de pobreza para níveis nunca vistos, sobretudo entre as crianças e os jovens,
com efeitos implacáveis a curto e longo prazo. (Artigo complecto)
Rafael Barbosa,JN
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