…a fazer fé nas
declarações ao “Público”, Passos Coelho teve conhecimento da dívida em 2012.
Segundo o próprio, não efectuou o pagamento de imediato mas tencionaria fazê-lo
assim que deixasse de ser primeiro-ministro – considerando que não pensará
perder as próximas eleições –, em 2019, vinte anos depois de a contrair.
Entretanto o
“Expresso” revelou mais informações sobre este caso, designadamente, a cópia de
extractos de conta que alertam para uma dívida de 7534,82 €, contraída entre
1999 e 2004, aos quais teria tido acesso em 2012. Escreve o jornal que, à
época, recebeu do primeiro-ministro uma declaração de não dívida emitida a
26-11-2012. Esta declaração bastou para que o “Expresso” decidisse esquecer o
assunto. Recordemos o que se passava em Portugal.
A 7 de Setembro de
2012 Pedro Passos Coelho anuncia o aumento da TSU, a 15 há gigantescas manifestações
contra a troika por todo o país. A 21, dezenas de milhar de pessoas juntam--se
à porta do Conselho de Estado para exigir a demissão do governo e a 29 a CGTP
enche o Terreiro do Paço. A 13 de Outubro chega a Lisboa a marcha nacional da
CGTP e acontece uma manifestação cultural de protesto e a 26 há mais
manifestações contra a aprovação do OE2013. A 12 de Novembro há desfiles contra
a presença de Merkel e a 14 uma impressionante greve geral.
Sabe-se agora que,
no decorrer destes dias, um jornal detinha uma informação que teria derrubado a
imagem de um primeiro-ministro moralista, cumpridor e zeloso pagador de
dívidas. O “Expresso” tomou a decisão política de esquecer o assunto e Pedro
Passos Coelho terá tido garantias que a notícia não sairia. Só em 2015, quando
percebeu que o escândalo ia rebentar nas páginas do “Público”, se apressou a
pagar a sua dívida à Segurança Social.
Tiago
Mota Saraiva, Expresso
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